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Explicando a morte às crianças
Segunda-feira, 29 Dezembro de 2014 - 17:05 | SERAFIM GODINHO
Nada de falar que quem morre vira uma estrelinha, ou que esta em outra dimensão a olhar por nós ou qualquer outro subterfúgio para minimizar a perda. O segredo é dizer a verdade, lógico que com uma maneira especial.
Mesmo porque as crianças dessa época da tecnologia, dos computadores e facilidade de informação já não acreditam em papai Noel, em cegonhas trazendo seu irmãozinho ou em historinhas de lobo mau e chapeuzinho vermelho, em que todos de minha geração acreditavam.
Conversar sobre a morte de alguém próximo com seu filho é importante e poderá ajudá-lo a lidar com outros sentimentos que poderão lhe afligir.
A morte é um assunto difícil de entender até para os adultos. Para os pequenos é ainda mais confuso. Por isso, eles precisam de todo o apoio e sinceridade nos momentos em que devem encarar a perda de uma pessoa próxima.
Não existe idade certa para tocar no assunto. O ideal é que se espere a necessidade, seja pelo falecimento de alguém conhecido ou a curiosidade do pequeno. Aos 4 ou 5 anos as crianças começam a entender as relações da vida e a ter acesso maior às informações,
. O que se deve fazer é ir educando seu filho através de exemplos práticos do ciclo da natureza. Semeie uma plantinha e vá mostrando como ela nasce, cresce, adoece e morre. Aquele feijãozinho plantado no algodão pode ser um ótimo aliado. Cantigas, livros infantis e filmes que tratam do assunto também ajudam.
É importante que a criança saiba que tudo que é vivo vai morrer, quando se morre não há volta.
Quanto a participar de velórios e enterro, é imperativo que se explique a ela o que significa esse ritual de passagem e deixe que elas decidam. os especialistas concordam que isso não as traumatizam.
A orientação é que não se esconda nada, muito menos invente histórias como ela descansou ou fez uma longa viagem e outras que se diz no intuito de poupar a criança. Isso fará com que elas fiquem confundidas e como explicar depois que a viagem não tem retorno?
E quando ocorrer uma morte de pessoa muito próxima, se a morte for por doença, a criança deve estar a par de todo o processo. Explique que a pessoa está doente e que é grave, lembre do ciclo da vida da plantinha. Não fale que a morte nesse caso é inevitável, mas, quando acontecer, use sempre a palavra morte. Isso é bastante importante para que ela entenda. Se a morte for inesperada, é preciso ser direto e sincero. Abra espaço para tirar todas as dúvidas que podem estar passando pela cabeça do pequeno. Não é necessário esconder as emoções, mas observe se sua atitude não está traumatizando as crianças.
Mesmo a morte de um animal de estimação deve ser administrada com cuidados pelos pais e primeiro, elabore seus próprios conceitos sobre a morte e sobre a possível continuidade da vida, porque só poderemos responder às crianças respeitando nossa própria verdade. Depois, explique que nem todos pensam como papai e mamãe. Dê as versões de outras religiões, inclusive do ateísmo. Mais uma vez vem o conselho de todos os especialistas: seja honesto. Nem sempre você terá todas as respostas. Que tal dizer não sei e se propor a buscar as explicações junto com seu filho?
Sobre o luto, demonstre que, como ela, você também está sofrendo e sente saudades. Deixe que a criança fale sobre seus sentimentos e, acima de tudo, dê apoio e acolhimento. Garanta que ela nunca estará sozinha e sempre haverá alguém para cuidar dela. Isso porque o ente que se foi pode ser um dos pais ou o pequeno pode começar a pensar na mortalidade deles.
Não exclua as crianças das conversas, da tristeza. Ouça o que elas têm pra falar ou peça para que desenhem o que estão sentindo
É natural que os pequenos apresentem mudanças de comportamento depois que recebem a notícia da morte de alguém com quem convivem. Além do choro e da raiva, alguns começam a ir mal à escola, ficam hiperativos ou fazem xixi na cama. Considere a ajuda de um psicólogo e até da escola. É importante que a criança sinta que tem o apoio e a atenção dos colegas e dos professores.
Como acontece com os adultos, a memória afetiva nunca vai desaparecer. Mas, depois de certo tempo, acontece o chamado luto saudável, quando se percebe que é possível se lembrar do ente querido de forma leve e sem sofrimento.
Pensamento
A criança é alegria, como o é, o raio de sol. É estimulo como o é, a esperança.
A mais importante fase da vida, a infância, é quando a criança começa a modelar-se por aqueles em cuja companhia vive. Todos os mestres que se seguem aos primeiros, exercem menos influencias do que aqueles. A futura conduta para o bem ou para o mal de uma criança depende prioritariamente de sua mãe. Daí a importância, nem sempre reconhecida, da dona de casa.
Comendador Serafim Godinho
Mesmo porque as crianças dessa época da tecnologia, dos computadores e facilidade de informação já não acreditam em papai Noel, em cegonhas trazendo seu irmãozinho ou em historinhas de lobo mau e chapeuzinho vermelho, em que todos de minha geração acreditavam.
Conversar sobre a morte de alguém próximo com seu filho é importante e poderá ajudá-lo a lidar com outros sentimentos que poderão lhe afligir.
A morte é um assunto difícil de entender até para os adultos. Para os pequenos é ainda mais confuso. Por isso, eles precisam de todo o apoio e sinceridade nos momentos em que devem encarar a perda de uma pessoa próxima.
Não existe idade certa para tocar no assunto. O ideal é que se espere a necessidade, seja pelo falecimento de alguém conhecido ou a curiosidade do pequeno. Aos 4 ou 5 anos as crianças começam a entender as relações da vida e a ter acesso maior às informações,
. O que se deve fazer é ir educando seu filho através de exemplos práticos do ciclo da natureza. Semeie uma plantinha e vá mostrando como ela nasce, cresce, adoece e morre. Aquele feijãozinho plantado no algodão pode ser um ótimo aliado. Cantigas, livros infantis e filmes que tratam do assunto também ajudam.
É importante que a criança saiba que tudo que é vivo vai morrer, quando se morre não há volta.
Quanto a participar de velórios e enterro, é imperativo que se explique a ela o que significa esse ritual de passagem e deixe que elas decidam. os especialistas concordam que isso não as traumatizam.
A orientação é que não se esconda nada, muito menos invente histórias como ela descansou ou fez uma longa viagem e outras que se diz no intuito de poupar a criança. Isso fará com que elas fiquem confundidas e como explicar depois que a viagem não tem retorno?
E quando ocorrer uma morte de pessoa muito próxima, se a morte for por doença, a criança deve estar a par de todo o processo. Explique que a pessoa está doente e que é grave, lembre do ciclo da vida da plantinha. Não fale que a morte nesse caso é inevitável, mas, quando acontecer, use sempre a palavra morte. Isso é bastante importante para que ela entenda. Se a morte for inesperada, é preciso ser direto e sincero. Abra espaço para tirar todas as dúvidas que podem estar passando pela cabeça do pequeno. Não é necessário esconder as emoções, mas observe se sua atitude não está traumatizando as crianças.
Mesmo a morte de um animal de estimação deve ser administrada com cuidados pelos pais e primeiro, elabore seus próprios conceitos sobre a morte e sobre a possível continuidade da vida, porque só poderemos responder às crianças respeitando nossa própria verdade. Depois, explique que nem todos pensam como papai e mamãe. Dê as versões de outras religiões, inclusive do ateísmo. Mais uma vez vem o conselho de todos os especialistas: seja honesto. Nem sempre você terá todas as respostas. Que tal dizer não sei e se propor a buscar as explicações junto com seu filho?
Sobre o luto, demonstre que, como ela, você também está sofrendo e sente saudades. Deixe que a criança fale sobre seus sentimentos e, acima de tudo, dê apoio e acolhimento. Garanta que ela nunca estará sozinha e sempre haverá alguém para cuidar dela. Isso porque o ente que se foi pode ser um dos pais ou o pequeno pode começar a pensar na mortalidade deles.
Não exclua as crianças das conversas, da tristeza. Ouça o que elas têm pra falar ou peça para que desenhem o que estão sentindo
É natural que os pequenos apresentem mudanças de comportamento depois que recebem a notícia da morte de alguém com quem convivem. Além do choro e da raiva, alguns começam a ir mal à escola, ficam hiperativos ou fazem xixi na cama. Considere a ajuda de um psicólogo e até da escola. É importante que a criança sinta que tem o apoio e a atenção dos colegas e dos professores.
Como acontece com os adultos, a memória afetiva nunca vai desaparecer. Mas, depois de certo tempo, acontece o chamado luto saudável, quando se percebe que é possível se lembrar do ente querido de forma leve e sem sofrimento.
Pensamento
A criança é alegria, como o é, o raio de sol. É estimulo como o é, a esperança.
A mais importante fase da vida, a infância, é quando a criança começa a modelar-se por aqueles em cuja companhia vive. Todos os mestres que se seguem aos primeiros, exercem menos influencias do que aqueles. A futura conduta para o bem ou para o mal de uma criança depende prioritariamente de sua mãe. Daí a importância, nem sempre reconhecida, da dona de casa.
Comendador Serafim Godinho