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Julgamento no TRE: Jornalista Gomes de Oliveira virou centro da divergência entre magistrados
Quinta-feira, 19 Fevereiro de 2015 - 16:13 | RONDONIAGORA
O jornalista Gomes de Oliveira (foto), autor das imagens da distribuição de alimentos na convenção estadual do PMDB, virou o centro da divergência dos juízes eleitorais no julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) pedindo a cassação do mandato do governador Confúcio Moura (PMDB) e seu vice, Daniel Pereira (PSB), por abuso de poder econômico. Nos dois votos pela rejeição da representação, o desembargador Roosevelt Queiroz Costa (relator) e o juiz Juacy dos Santos Loura Júnior citam Gomes de Oliveira como uma espécie de perseguidor do chefe do Executivo, produzindo provas contra sua candidatura. Para Juacy, Gomes não merece crédito e nem suas imagens porque está sendo investigado pela própria Justiça Eleitoral e a Policia Federal. Já o juiz federal Dimis da Costa Braga usou o argumento de Gomes de Oliveira ser “persona non grata” pelo PMDB para afirmar que qualquer cidadão poderia entrar e até usufruir do almoço e dos picolés distribuídos na convenção que escolheu Confúcio Moura para o Governo.
Nó jurídico
O voto do juiz federal suscitou uma questão polêmica. Como Daniel Pereira (PSB) poderia estar no polo passivo da AIJE se ele não foi indicado naquele dia (29.06) como candidato a vice-governador? Na verdade, o escolhido foi o ex-diretor do DER e deputado federal Lúcio Mosquini (PMDB). Daniel só entrou na chapa no dia seguinte, quando Lucio desistiu. Não há provas e não há legitimidade da parte, segundo o magistrado. E se Confúcio fosse cassado (o verbo está no passado porque o restante dos juízes vai crucificar Gomes de Oliveira e absolver o governador por falta de provas), como ficaria Daniel Pereira ? Dimis da Costa Braga observou uma grande contradição entre as testemunhas apresentadas pelo PMDB. Teve um deles – Abrão Paulino Araújo – que jurou não ter nem ouvido qualquer discurso do governador, quanto mais distribuição de comida, picolé ou água.
Lebrão foi fritado
Não foi apenas o temor de perder o mandato que contribuiu para o deputado estadual Eurípedes Clemente Lebrão (PTN) abrir mão do DER ou da Secretaria Especial de Infraestrutura. Há dias, o governador Confúcio Moura vem ouvindo interlocutores, amigos políticos dos municípios, sobre o mau negócio de Lebrão ter o controle do DER nas mãos. Um prefeito da região central chegou a dizer que Lebrão iria concentrar as máquinas do departamento na região da 429, esquecendo o restante do interior. A decisão pessoal de Confúcio de emplacar o coronel Bombeiro Lioberto Ubirajara Caetano foi acertada, segundo aliados do governador.
Aceito a liderança
Deputado estadual Laerte Gomes (PEN) está propenso a assumir a liderança do Governo. Só há uma condição: não quer ser puxa saco, mas exercer na plenitude o papel de líder, servindo de canal de diálogo entre a Casa de Leis e o Poder Executivo. A articulação é comandada pelo presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho (PP). A decisão será tomada na terça-feira, 24. Neste dia também a Assembleia define os nomes para as comissões e deveria colocar em votação a criação da Secretaria de Infraestrutura, abortada por enquanto.
Prêmio pela infidelidade
Ex-vice-prefeito e candidato derrotado a Assembleia Legislativa, Flavio Correa, foi premiado com CDS 10 (Assessor Especial) pelo governador Confúcio Moura. Seu salário: R$ 7.173,80. Flavio concorreu pelo PSD, legenda que apoiou o ex-senador Expedito Junior (PSDB) ao Governo de Rondônia.