Cidades
Condutor de balsa que bateu em barco que afundou no AM se apresenta à polícia
Sábado, 23 Fevereiro de 2008 - 10:04 | Folha on line
O condutor da balsa que bateu no barco "Almirante Monteiro", na vila Novo Remanso, em Itacoatiara, a 90 km do centro de Manaus, se apresentou à Polícia Civil. Nesta sexta-feira mais duas pessoas foram localizadas pela Marinha e Corpo de Bombeiros. No total, 14 corpos de vítimas foram localizados. Seis pessoas estão desaparecidas e 92 sobreviveram.
Andrade foi acusado pelo condutor do "Almirante Monteiro", Raimundo Martins, 53, de ter se aproximado com a luz da cabine apagada, o que teria dificultado a comunicação entre as embarcações.
No porto de Itacoatiara, a polícia prendeu a balsa. Segundo o delegado Alexandre Moraes, a balsa --cujo condutor não parou para socorrer as vítimas-- está regularizada na Marinha e transportava 60 mil litros de combustível. Havia a suspeita --não confirmada-- que o transporte fosse ilegal.
Andrade foi acusado pelo condutor do "Almirante Monteiro", Raimundo Martins, 53, de ter se aproximado com a luz da cabine apagada, o que teria dificultado a comunicação entre as embarcações.
Martins disse, em depoimento, que tentou se comunicar com a balsa por rádio, sem sucesso, para alertar sobre a proximidade entre os barcos, que vinham em sentidos opostos.
Andrade rebateu a afirmação e disse não ter ouvido chamado da embarcação. Afirmou que Martins tentou cruzar com a balsa em trecho estreito do rio. Disse ainda que não prestou socorro aos passageiros do barco porque não percebera a gravidade do acidente. "Com a batida, ficamos com o motor parado e o do leme quebrou. Ficamos uma hora à deriva e não ouvimos gritos."
Crianças
Seis das 14 vítimas são crianças menores de nove anos. Uma delas, um bebê, terá a identificação revelada por meio de exame de DNA, pois peixes como candiru e piranha atacaram a embarcação após o naufrágio. "O corpo da criança está esqueletizado, impedindo sua identificação física", disse o legista Carlos Magno de Souza.
O delegado Alexandre Martins disse que os condutores dos barcos defenderam seus interesses nos depoimentos e que vai aguardar o laudo pericial da Marinha para indiciar os responsáveis por suspeita de homicídio culposo (sem intenção). "Os depoimentos são antagônicos, mas a balsa bateu no barco em um impacto muito violento. A manobra errada de um ou de outro [condutor] será apontada pela Marinha."
Famílias que enterraram os corpos de parentes nesta sexta-feira, em Manaus, defenderam punição aos condutores. Francisco Costa Leitão, 50, sobreviveu ao acidente com o filho, Jonas, 19. Perdeu no acidente a mulher, Maria do Socorro, 44, e o irmão José Luiz, 44. "Tenho 30 anos de viagem de barco, mas nesta viagem meu irmão [José] não queria vir. Ambos [condutores] não podem se livrar [da responsabilidade pelo acidente].
Andrade foi acusado pelo condutor do "Almirante Monteiro", Raimundo Martins, 53, de ter se aproximado com a luz da cabine apagada, o que teria dificultado a comunicação entre as embarcações.
No porto de Itacoatiara, a polícia prendeu a balsa. Segundo o delegado Alexandre Moraes, a balsa --cujo condutor não parou para socorrer as vítimas-- está regularizada na Marinha e transportava 60 mil litros de combustível. Havia a suspeita --não confirmada-- que o transporte fosse ilegal.
Andrade foi acusado pelo condutor do "Almirante Monteiro", Raimundo Martins, 53, de ter se aproximado com a luz da cabine apagada, o que teria dificultado a comunicação entre as embarcações.
Martins disse, em depoimento, que tentou se comunicar com a balsa por rádio, sem sucesso, para alertar sobre a proximidade entre os barcos, que vinham em sentidos opostos.
Andrade rebateu a afirmação e disse não ter ouvido chamado da embarcação. Afirmou que Martins tentou cruzar com a balsa em trecho estreito do rio. Disse ainda que não prestou socorro aos passageiros do barco porque não percebera a gravidade do acidente. "Com a batida, ficamos com o motor parado e o do leme quebrou. Ficamos uma hora à deriva e não ouvimos gritos."
Crianças
Seis das 14 vítimas são crianças menores de nove anos. Uma delas, um bebê, terá a identificação revelada por meio de exame de DNA, pois peixes como candiru e piranha atacaram a embarcação após o naufrágio. "O corpo da criança está esqueletizado, impedindo sua identificação física", disse o legista Carlos Magno de Souza.
O delegado Alexandre Martins disse que os condutores dos barcos defenderam seus interesses nos depoimentos e que vai aguardar o laudo pericial da Marinha para indiciar os responsáveis por suspeita de homicídio culposo (sem intenção). "Os depoimentos são antagônicos, mas a balsa bateu no barco em um impacto muito violento. A manobra errada de um ou de outro [condutor] será apontada pela Marinha."
Famílias que enterraram os corpos de parentes nesta sexta-feira, em Manaus, defenderam punição aos condutores. Francisco Costa Leitão, 50, sobreviveu ao acidente com o filho, Jonas, 19. Perdeu no acidente a mulher, Maria do Socorro, 44, e o irmão José Luiz, 44. "Tenho 30 anos de viagem de barco, mas nesta viagem meu irmão [José] não queria vir. Ambos [condutores] não podem se livrar [da responsabilidade pelo acidente].