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Latifundiário e posseiros chegam a acordo para evitar conflito em União Bandeirantes

Segunda-feira, 11 Maio de 2015 - 09:54 | RONDONIAGORA


Latifundiário e posseiros chegam a acordo para evitar conflito em União Bandeirantes

Um acordo firmado na Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) entre o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Velho e o fazendeiro Sebastião Conti suspendeu por 60 dias a liminar de reintegração de posse da Fazenda Bom Futuro, em União Bandeirantes, evitando mais um conflito de terra em Rondônia. O latifundiário aceitou a realização de um relatório de técnicos do órgão federal para saber se a área ocupada é produtiva. No último sábado, 9, centenas de agricultores se reuniram na Linha 7 da chamada “Fazenda do Conti” com representantes do setor agrário para discutir o acordo assinado no INCRA e  escolher 6 membros para tratar de encontrar meios para por fim ao impasse.



Convidado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Velho, que organizou o encontro, o vereador Edmo Dim Dim, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Municipal, alertou aos produtores que a área loteada pertente a faixa 2.1 do zoneamento sócio-econômico-ecológico de Rondônia, destinada ao extrativismo e não a criação de gado, cultivo de grãos e plantação de frutíferas, como ocorre hoje na região. “Precisamos já pensar em resolver essa situação e pedi apoio dos deputados estaduais e dos deputados federais para nos ajudar a manter nossa produção”, disse Dim Dim. O parlamentar foi correto ao firmar que o INCRA também não pode comprar as terras do latifundiário e transformar a fazenda em módulos agrários de PA (Projeto de Assentamento) porque são lotes divididos igualmente. Na “Fazenda do Conti”, tem produtores com 100 hectares, outros com 120 hectares, cada qual produzido leite, banana, café e outras culturas.

A Fazenda Bom Futuro possui 32 mil hectares e pertence ao fazendeiro Sebastião Conti. No início da formação do distrito de União Bandeirantes, ele alegava ser proprietário de mais de 132 mil hectares, mas o INCRA considerou que apenas 32 mil estava em sua propriedade de fato. O restante pertencia a União, o que garantiu a permanência da população naquela localidade, que hoje é uma das maiores produtoras de café de Porto Velho.

Café, leite, banana e peixe

O vereador Edmo Dim Dim levou a reportagem até alguns sítios para mostrar a riqueza do local em café, leite, banana e peixe. Em todas as linhas, ocupadas na Fazenda do Conti, há mais de 15 resfriadores de leite. Caminhões do laticínio Italac de Jaru todos os dias vem buscar a produção. Quem produz menos, vende 40 litros de leite in natura todos os dias. O café é outra riqueza do local. Cada sítio produz em média 400 latas do grão na safra. Os agricultores também tem mais de 3 mil cabeças de gado e tanques de peixe.

Na reunião de sábado, participaram além do vereador Dim Dim, o presidente da Câmara, Jurandir Bengala (PT), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Velho, Luiz Pires; o diretor da Fetagro, Antônio Ocimar Manzi; e o ex-presidente do STR, Pedro de Oliveira Bordalo.

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