Cidades
Servidores municipais anunciam greve em Vilhena por tempo indeterminado
Segunda-feira, 14 Março de 2016 - 21:34 | Da Redacao
Os servidores municipais de Vilhena deflagram greve na manhã dessa segunda-feira, 14. Logo pela manhã, um grande número de servidores de diversas secretarias lotou o gabinete do prefeito José Rover (PP) para apresentar a pauta de reivindicações. Entre as principais reivindicações está o atraso no salário dos servidores da educação e saúde e falta de condições de trabalho.
A professora Maria de Fátima Souza, servidora municipal da educação há mais de 20 anos, diz que a situação está insustentável. “Nos últimos meses, falta tudo nas escolas, papel higiênico, material de limpeza, merenda de péssima qualidade, tempero para merenda, falta tinta nas impressoras, escolas alagadas, escola interditada pelo Corpo de Bombeiro, salas com crianças especiais com laudo com apenas um professore para administrar toda turma e atender o aluno com necessidades especiais, isso é um absurdo, uma falta de respeito, escolas rurais abandonadas. Esses são alguns dos problemas mais sérios da educação, fora as demandas dos servidores da saúde, que não tem material básico para trabalhar como luva, agulhas, seringas, e salários atrasados, alguns servidores estão recebendo no dia 17 de cada mês”, afirmou revoltada a professora.
“Se prefeito José Rover não está dando conta de administrar a prefeitura é melhor que entregue seu cargo, é mais digno. Daqui a pouco teremos que ir para os semáforos pedir esmolas? Quando era para pedir voto, ele recebia a todos, agora as portas do gabinete estão fechadas para os servidores, que absurdo, até imprensa foi impedida de participar da reunião com o Sindicato e prefeito”, enfatizou a servidora Fátima.
A portas fechadas, o prefeito Rover recebeu no seu gabinete apenas o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindisul), Vanderlei Ricardo Campos Torres, e sua vice Sonia Fátima Batista Paz. A medida trouxe revolta aos servidores municipais que estavam presente, que exigiram a presença da imprensa durante a reunião, mais foi negado pelo mandatário.
Portas fechadas
Logo após a reunião, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais convidou a imprensa e servidores presentes para repassar toda pauta discutida na reunião com o prefeito. Na Câmara de Vereadores, Vanderlei Torres anunciou que Rover atendeu apenas a duas reivindicações dos servidores.
“O prefeito estava tempo todo escorregadio durante a apresentação da pauta. Ele ofereceu apenas R$ 35,00 de reajuste salarial para os professores de nível superior. Questionamos o mandatário sobre isso, se ele deixaria o salário dos professores de nível superior equivalente aos professores de nível médio? Infelizmente a resposta dele é que prefeitura não tem condições, e referente ao atraso dos salários, ele comentou que não pode garantir que os servidores recebam na data certa, e que as outras reivindicações serão discutidas nos próximos meses”, apresentou o presidente do Sindisul aos servidores.
O presidente reunido com todos os servidores declarou que a greve continuará, principalmente porque a principal reivindicação que é a regularização do pagamento dos servidores não foi resolvida.
Segundo o presidente da Sindisul o prefeito Rover finalizou sua fala na reunião dizendo aos representantes dos servidores que esperem o próximo prefeito para atender suas reivindicações.
Apenas que 30% dos serviços essenciais conforme previstos na lei continuarão funcionando.
O segundo capítulo dessa novela continuará amanhã durante a sessão da Câmara de Vereadores. O prefeito de Vilhena garantiu que estará presente nessa sessão onde estará frente a frente com servidores em greve.
Pauta de reivindicações que será apresentada na Câmara
Melhores condições de trabalho nas escolas que se encontram sem nenhuma infraestrutura e sem materiais; Hospital Regional de Vilhena sem medicamentos e sem condições dignas de trabalho; servidores da Secretaria de Obras pedem equipamentos de proteção; aumento de 10,67% em todas as categorias referentes ao reajuste da inflação de 2015 pela IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo); aumento de 11,36% para todos os professores referentes ao piso Nacional do Magistério, data fixa e que seja respeitada para os servidores da saúde, conforme lei dentro do mês trabalhado; insalubridade; aumento do auxílio alimentação e transporte, readequação dos professores de 30 horas para 40 horas; e mais as 30 horas da saúde.