Concursos e Empregos
Por estabilidade financeira e profissional, concurseiros lotam cursinhos preparatórios em Porto Velho
Quinta-feira, 21 Setembro de 2017 - 11:47 | por Vanessa Farias
Com a instabilidade do mercado de trabalho, cada vez mais exigente quanto à qualificação profissional, mais pessoas buscam as escolas de preparação para concursos na intenção de serem aprovadas em certames de iniciativa pública.
Em Porto Velho, a oferta é cada vez mais significativa e os preços variam de acordo com tipo de curso que o candidato pretende. Segundo o coordenador geral da Excelência Concursos, Daniel Gomes, se preparar com antecedência é a principal estratégia. Pensando nisso, muitos procuram as escolas para atualizar os conhecimentos e aprenderem os temas específicos.
Daniel explica que 70% dos cargos oferecidos em concursos públicos são para nível médio, e nem 10% da população de 18 a 24 anos consegue ter nível superior completo. “Rondônia tem cerca de 6 ou 7% de jovens na universidade. Isso é um índice baixíssimo para nossa educação. Mas com o foco no objetivo, o prazo para um candidato que se dedica ao estudo é de seis meses a dois anos para conseguir passar, a estimativa é de 99%”, conta.
Para Patrick da Silva, de 32 anos, no segundo mês de curso intensivo, o aproveitamento é muito maior quando se está sendo orientado por profissionais que já tem uma estratégia para as provas de concurso. “Sou analista de sistemas e estou estudando para o concurso da Sepog. Já melhorei muito, me sinto mais seguro, mas não acredito estar totalmente preparado. Mas se não der certo dessa vez, vou continuar estudando para conseguir chegar lá”, garante.
A procura nas escolas é intensa e, às vezes, é preciso dispensar alunos por falta de vagas. “Já tivemos que dispensar [alunos] porque as turmas já estavam fechadas para concursos específicos. Mas também fazemos um material específico para alunos conforme o perfil, de acordo com a pretensão, e ele pode ter muito mais tempo e aproveitamento para alcançar o objetivo. Passar em concurso em pouco tempo de preparação sempre vai ser um desafio muito maior”, alerta.
Joelma Botelho, aos 49 anos de idade, resolveu entrar na disputa pela tão sonhada estabilidade com a aprovação em um concurso público. “Trabalhei no Sistema S por 26 anos e com a crise financeira e a quebradeira, veio a dispensa em março deste ano. Tenho 30 de serviço como pede a lei, mas não tenho idade para aposentadoria. Então resolvi voltar a estudar para disputar uma vaga no governo estadual”, revela.
Há nove anos parada, sem estudar, Joelma diz que o desafio é empolgante e a vontade de voltar a ser inserida no mercado é maior. E para quem procura escolas preparatórias como fábrica de sonhos, a dica do coordenador geral, que também é auditor fiscal da Receita Federal, é uma só: “Não adianta achar que porque fez o curso você vai passar se não houver dedicação. É preciso dedicação. O cérebro é como uma máquina, que se ficar parada pode enferrujar, mas se você põe foco e começa a trabalhar com o material e a estratégia adequados, logo tudo vai sair conforme o planejado”.