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Eleições

Mesmo na cadeia, sindicalista tem chances reais de se eleger vereador em Vilhena

Terça-feira, 26 Junho de 2012 - 11:40 | Folha do Sul on Line


Preso desde o dia 05 de março, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Vilhena e Chupinguaia, Udo Wahlbrink, deverá ter seu nome levado à convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), que será realizada na quinta-feira, 28, como candidato a vereador.



Udo foi detido quando participava de uma reunião no auditório da Prefeitura de Vilhena, onde discutia problemas ligados à violência no campo. Policiais encontraram uma arma em seu carro e o acusaram de não ter autorização para portar o artefato. Em sua defesa, o sindicalista argumentou que andava armado por estar sofrendo ameaças de morte. Boletins de ocorrência chegaram a ser registrados na polícia denunciando esta ameaças. Junto com Udo também foram presos o agricultor Pedro Arrigo e o vereador Roberto Pinto, acusados de incitar invasões de terra em Chupinguaia.

A prisão de Udo mobilizou o deputado federal Padre Ton, que veio a Vilhena e deve apresentar, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, um relatório no qual aponta irregularidades na manutenção do líder sindical na cadeia. O próprio Padre Ton chegou a se queixar de que os advogados que defendem Wahlbrink encontram dificuldades para ter acesso ao inquérito policial e ao processo sobre a prisão.

Em entrevista ao FOLHA DO SUL ON LINE, por telefone, o presidente do diretório do PT em Vilhena, Arli Schultz, que também é secretário municipal de Trânsito, confirmou que a candidatura de Udo será mantida. Como ele não tem condenação em segunda instância, não deve ter problemas para registrar seu nome. Arli disse que os advogados do sindicalista já impetraram dois Habeas Corpus (um em Porto Velho, outro em Brasília), pedindo sua soltura.

Caso a Justiça não solte Udo, ele poderá, inclusive, concorrer a vereador atrás das grades. E, segundo acreditam lideranças petistas, é um dos nomes mais fortes da agremiação, com chances reais de se eleger. O que não seria nenhuma novidade, pois são vários os casos de candidatos que conquistaram mandatos mesmo estando encarcerados durante eleições. É o que aconteceu, para ficar em apenas um exemplo, com o empresário Antério Mânica, que ganhou a Prefeitura de Unaí (MG) em 2009, enquanto era mantido na cadeia acusado de um crime muito mais grave que o atribuído a Udo: ele foi acusado pela Polícia Federal de ser um dos mandantes do assassinato dos fiscais do Ministério do Trabalho Erastótones de Almeida, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e do motorista Ailton Pereira de Oliveira. Mesmo assim, fez 72,37% dos votos válidos naquele pleito.
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