Geral
Advogada é vítima de golpe de R$ 47 mil na Caixa Econômica
Quarta-feira, 01 Fevereiro de 2012 - 16:27 | RONDONIAGORA
Há cerca de cinco anos a advogada Lúcia Cristina Gomes abriu uma conta poupança na Caixa Econômica Federal (CEF) em Porto Velho, agência Madeira Mamoré e começou a depositar suas economias para garantir a realização de seu sonho: a casa própria. Conseguiu economizar quase R$ 61 mil.
Em novembro do ano passado ela resolveu fazer a retirada do dinheiro. Quando retirou o extrato, teve a desagradável surpresa de ver que havia apenas R$ 14 mil na conta. Pensando se tratar de um engano, procurou o gerente para esclarecer o que supunha ser um mal entendido, uma vez que não havia feito nenhum saque.
Novamente foi surpreendida com uma notícia nada amistosa: parte do valor depositado na conta havia sido retirado no dia 8 de setembro de 2011 por uma pessoa que se utilizara de uma procuração, em nome da titular da poupança, e conseguiu efetuar a retirada de R$ 47 mil. Um detalhe que chama a atenção é que na época do saque, o montante que havia na poupança era R$ 47.679,00. O golpe ocorrido em setembro praticamente esvaziou a conta. Os outros 14 mil a mulher depositara posteriormente, mas sem saber que já haviam desviado dinheiro de sua conta.
Problemas no cartório
Após ter acesso a procuração, Lúcia Gomes se dirigiu ao Cartório do 3º ofício, onde o documento foi registrado. A advogada constatou que no dia 6 de setembro de 2011, uma pessoa portando um documento de identidade com número, nome, filiação materna e data de nascimento, iguais aos que constam no seu RG, havia registrado firma e outorgado uma procuração à Carla Maria Gomes, a tal pessoa que fizera o saque na agência da CEF.
A assinatura era diferente, o nome paterno não constava no RG falso, nem a cidade natal da vítima era a mesma (Lúcia nasceu em Cuiabá, a identidade falsa continha Rondonópolis). “O que me causa grande estranheza é que o cartório não tem dados da outorgada e nem possui cópia da minha carteira da OAB, já que na procuração consta o número desse documento”, disse Lúcia.
Comprovada a fraude, a advogada registrou ocorrência na Polícia Federal (PF) e protocolou um pedido de restituição do valor na CEF. Ocorre que, passados mais de dois meses após sofrer o golpe, Lúcia Gomes ainda não teve o dinheiro devolvido pela CEF que, segundo a vítima, alega que o departamento jurídico ainda está analisando o caso. “Fico indignada como a Caixa Econômica, sem nem mesmo entrar em contato comigo, aceita uma procuração e paga um valor de R$ 47 mil”, comentou revoltada. A advogada ainda questiona sobre a segurança da instituição: “clamo por justiça, uma vez que a responsabilidade da agência bancária é objetiva: se guardou meu dinheiro tem que devolvê-lo a mim.
Agora, enquanto a PF investiga os crimes de falsidade ideológica e golpe na CEF, já que possui imagens das suspeitas nas fitas de gravação do circuito interno de segurança do cartório, Lúcia aguarda o estorno do dinheiro que não depende do inquérito que corre na PF. Caso não obtenha êxito, irá Ingressar na justiça federal e processar a CEF por danos morais.
A reportagem do Rondoniagora esteve nesta quarta-feira, ao meio dia, na agência Madeira Mamoré para ouvir os responsáveis pela instituição. Até às 15h30min o jornal não conseguiu obter nenhum esclarecimento oficial sobre o caso.