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Aos 35 anos de criação da Unir, confira relatos de ex-alunos e professores da universidade

Quinta-feira, 03 Agosto de 2017 - 11:40 | da Assessoria


Aos 35 anos de criação da Unir, confira relatos de ex-alunos e professores da universidade

A Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) foi criada no ano de 1982 pela Lei nº 7.011, de 8 de julho. Na ocasião da criação, a Unir incorporou toda a estrutura pertencente à antiga Fundacentro (Fundação Centro de Ensino Superior de Rondônia), que ofertava, à época, os cursos de administração, ciências contábeis e ciências econômicas, e que passaram a ser os primeiros cursos da Universidade.

Já em 1983, a Unir “absorveu” também os cursos que eram ofertados pelo Governo do Estado de Rondônia em convênio com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Foram eles: história, letras, geografia, matemática, educação física e pedagogia. Daí em diante a oferta de cursos aumentou significativamente e hoje em dia a Unir possui cerca de 60 cursos distribuídos nos oito campi nos municípios de Guajará-Mirim, Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Presidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena.

Conforme Eva Albuquerque, servidora aposentada da Unir, em seu livro “A trajetória do ensino superior público em Rondônia” (2008), em 1984 foi realizada a primeira colação de grau da Unir com os formandos dos cursos de administração, ciências contábeis e ciências econômicas.

Edilson Lobo do Nascimento, que atualmente é docente do Departamento de Ciências Econômicas da Unir, é também ex-aluno e estava entre os formandos da primeira turma, acredita que a “criação da universidade foi um acontecimento da maior relevância para a área do conhecimento na região, na medida em que essa realização vinha na perspectiva de suprir uma enorme lacuna em relação à capacitação de mão de obra para a demanda do setor público e da iniciativa privada”.

O professor conta que nunca havia cogitado a carreira de docente e que economia não era sua primeira área de interesse, mas as circunstâncias o levaram a seguir nesse caminho e hoje se orgulha do cargo e da profissão que exerce. “No decorrer do trajeto, fui me identificando com o curso, me empolgando com o nível e as dimensões que ele alcançava, numa transversalidade de conhecimentos como poucos cursos conseguem atingir. Essa constatação me levou a uma saudável identificação com essa área de conhecimento e hoje tenho a satisfação de poder dizer que valeu a pena ter feito essa opção. Tenho muito orgulho da minha profissão.”

Lobo afirma ter orgulho também de ser o primeiro aluno egresso da Unir a se tornar professor efetivo da instituição. Fazendo uma rápida retrospectiva sobre a trajetória da Unir, o professor relembra alguns significativos avanços, como a primeira votação direta da comunidade universitária para escolher seu primeiro reitor eleito democraticamente, José Detoni, em 1988. Ressalta que a inserção da universidade no modelo multicampi “ao tempo que proporciona uma abrangência maior, do ponto de vista do seu alcance em escala territorial, traz consigo também alguns sérios problemas” e destaca que a estrutura física e de pessoal atuais, bem como de ensino e pesquisa, representam “um verdadeiro salto de qualidade”, e finaliza dizendo que “certamente temos muito que caminhar, mas nesse deserto árido onde a carência de conhecimento e de debate acadêmico é uma realidade, a Universidade Federal de Rondônia é um oásis que sacia a sede dos que buscam se inserir no universo acadêmico”.

Já o professor doutor Osmar Siena, que já foi reitor, pró-reitor de planejamento, entre outras funções, e que atualmente leciona no Departamento de Administração e no programa de pós-graduação em administração, está na Unir desde 1983, é remanescente dos colaboradores do núcleo da UFPA, onde ministrava a disciplina de física, no curso de ciências. Sobre a criação da Unir, ele afirma que “a expectativa para nós que já militávamos na educação em Rondônia, e creio que para a sociedade em geral, era de que a universidade liderasse a formação de quadros qualificados para um estado em formação e, ao mesmo tempo, permitisse aos jovens oportunidade de frequentar curso superior sem sair de sua terra”.

Ao longo de todos esses anos, tendo acompanhado diversas gestões, participado e presenciado inúmeras mudanças na instituição, Siena acredita que de um modo geral a Unir tem cumprido sua missão e correspondido às expectativas da sociedade. “Quando verificamos o primeiro plano de desenvolvimento da Unir, elaborado em meados da década de 1980, constatamos que seu grande objetivo era formar pessoal qualificado para o estado. Penso que isto se cumpriu e se cumpre. Como bem disse o reitor em mensagem recente, não há um lugar no estado que não tenha uma pessoa que passou pela Unir, especialmente na educação e na saúde, mas também no judiciário, nas áreas técnicas e diretivas, públicas e privadas.”

Sobre as mudanças ocorridas na instituição, o professor é seguro ao afirmar que “com a qualificação de seu quadro, nos últimos tempos está em desenvolvimento uma nova fase: o início da consolidação da formação de mestres e doutores e da geração de conhecimento novo, o que contribuirá para o alcance da autonomia da Amazônia nos três pilares da educação superior: ensino, pesquisa e extensão".

O primeiro reitor da Unir, Euro Tourinho Filho, nomeado na época pelo ministro da educação, havia sido anteriormente presidente da Fundacentro. Segundo Eva Albuquerque, a iniciativa de criação de uma universidade em Rondônia partiu do então governador do Território, coronel Jorge Teixeira de Oliveira, que designou Euro Filho para coordenar os estudos para implantação da Universidade Federal de Rondônia.

Nesses 35 anos de existência, a Unir evoluiu bastante, passou de três cursos iniciais para cerca de 60 cursos de graduação distribuídos em oito campi no Estado de Rondônia, localizados nos municípios de Guajará-Mirim, Porto Velho, Ariquemes, Ji-Paraná, Presidente Médici, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. Possui ainda 11 mestrados acadêmicos, seis mestrados profissionais, três doutorados e 11 especializações, além de 110 grupos de pesquisa certificados. Outro destaque é o aumento do seu quadro de servidores, que conta atualmente com cerca de 800 professores e 500 técnicos em educação para atendimento aos seus 12.000 alunos, em média.

Construção do Campus de Porto Velho e interiorização dos cursos
Foi em 1985, durante a gestão do segundo reitor, professor Antônio Martins da Silva Júnior, que a Unir recebeu a doação de uma segunda área para construção do campus universitário de Porto Velho, visto que na primeira área doada para este fim, localizada onde hoje existe o Bairro Nacional, não foi possível realizar a construção.

Esta segunda área, de 100 hectares, foi doada pelo empresário José Ribeiro Filho, que deu nome ao campus, e por sua esposa Fernanda Aurélia Nakai Ribeiro. No terreno foi construído o campus de Porto Velho, que abriga, atualmente, blocos de salas de aula, blocos de departamentos e de núcleos, pró-reitorias, laboratórios, biblioteca, cantinas e outras unidades administrativas, além das obras que ainda estão em andamento, como o restaurante universitário e os centros de convivência dos discentes.

O campus José Ribeiro Filho foi inaugurado em 29 de fevereiro 1988. Posteriormente, teve início o processo de interiorização dos cursos da Unir, durante a gestão de Álvaro Lustosa Pires, com a autorização do MEC para funcionamento de cursos fora de sede nos municípios de Ji-Paraná (ciências com habilitação em matemática e pedagogia), Vilhena (ciências e letras), Guajará-Mirim (letras e pedagogia), Rolim de Moura (letras e pedagogia) e Cacoal (ciências com habilitação em matemática e ciências contábeis).

Os campi mais recentes, e últimos, a serem criados foram os de Ariquemes e de Presidente Médici.

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