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ÁREAS EM RISCO AUMENTAM NA CAPITAL; FAMÍLIAS DO PARQUE DOS TANQUES AGUARDAM AJUDA
Sexta-feira, 20 Fevereiro de 2015 - 12:19 | RONDONIAGORA

Em razão do risco de alagação e desmoronamento em algumas áreas próximas à margem do Rio Madeira, na Capital, os moradores estão saindo das residências condenadas. Algumas foram retiradas pela própria Defesa Civil Municipal.
Na manhã desta sexta-feira, a família de Ivone Bezerra de Freitas, moradora do Beco Gravatal, Bairro Nacional, aguardava o auxílio da equipe técnica da Secretaria Municipal de Programas Especiais e Defesa Civil (Sempedec) para a remoção dos pertences.
A família ganhou um terreno, doado por parentes, localizado no quilômetro 13 da BR-319, mas precisa do transporte prometido pela Defesa Civil há duas semanas para realizar a mudança, e ainda não foi atendida. A casa de Ivone já foi atingida pela enchente de 2014, quando a família ficou abrigada em escola e depois no Abrigo Único por mais de cinco meses. “Eu voltei porque o prazo pra ficar lá estava esgotado e a água já tinha baixado, mas a minha casa está quase despencando, e agora com essa cheia já se aproximando do assoalho, estamos sendo atacados por insetos e bichos peçonhentos. A casa está tomada por formigas e até cobras aparecem na alagação do quintal”, conta Ivone.
Em parceria com o Município, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) cedeu um caminhão-baú e outros carros, como camionetes e caminhões maiores, de acordo com a necessidade, para encaminhar os desalojados para residências seguras.
Segundo o chefe de operações da Defesa Civil, Paulo Afonso da Silva, os carros estavam sendo abastecidos para realizar o resgate da família de Ivone ainda durante a manhã, mas até o meio-dia, nenhuma equipe apareceu no Beco Gravatal.
Abrigo Único
No Abrigo Único, do Parque dos Tanques, onde há quase um ano ainda vivem sete famílias que foram vítimas da enchente de 2014, o problema é diferente. O prazo para que permaneceram no local se esgotou há mais de 15 dias, mas os desabrigados alegam que não têm para onde ir, e que dependem de um auxílio aluguel para poderem desocupar o espaço. “Eles prometeram que iriam nos encaminhar para casas próprias, mas até agora nada. Disseram que teríamos auxílio aluguel, mas até hoje eu não vi a cor desse dinheiro. Antes do prazo acabar eu fui na Seae, fiz o meu cadastro, para poder receber as cinco parcelas de R$ 500 que eles disseram que liberariam em três dias para eu poder pagar aluguel. Até hoje também não recebi. Quando a Defesa Civil me trouxe para cá, deram fim na minha botija de gás, no registro e o meu fogão ficou destruído. Me diz como é que com R$ 500 eu vou pagar aluguel, comprar uma botija com carga e um registro novo?”, questiona Conceição Nascimento, ex-moradora do Bairro da Balsa.
Conceição diz que a casa onde morava era cedida, e foi destruída pela enchente de 2014. “Agora eles estão ameaçando tirar a gente daqui sem termos para onde ir. Sem contar que hoje a água acabou, e eles disseram que não vão mais abastecer. Estamos ao ‘Deus dará’”, desabafou.
O RONDONIAGORA tentou o contato por telefone com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Assuntos Estratégicos (Seae), responsável pelo pagamento do auxílio aluguel, mas não foi atendida.