Geral
Bloqueio da carne é guerra comercial contra o Brasil, diz secretário
Sexta-feira, 01 Fevereiro de 2008 - 16:57 | Decom
A União Européia está fazendo um jogo comercial pesado, bloqueando às exportações da carne brasileira, porque nós, simplesmente, temos uma carne melhor que a deles. Assim reagiu o secretário de Estado interino da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES), Aníbal de Jesus Rodrigues, à decisão do comitê sanitário da União Européia (Standing Committee on the Food Chain and Animal Health SCFCAH) de suspender todas as compras de carne proveniente do Brasil desde a última quarta-feira, dia 30.
O nosso boi verde conquistou mercados porque tem melhor sabor e mais qualidade do que o gado criado exclusivamente em confinamento, como se faz na Europa, afirma Aníbal. Segundo ele, as alegações de insuficiência no controle sanitário brasileiro não passam de pretextos para que seja mantido um protecionismo inaceitável, até porque, depois que a própria Inglaterra foi obrigada a sacrificar milhares de animais por causa do mal da vaca louca, eles não têm muita autoridade para nos dar lições sobre rastreabilidade bovina ou controle de epizootias.
O agronegócio de Rondônia, liderado exatamente pelo complexo carne, exportou no ano passado US$ 447,7 milhões, contra US$ 296,1 milhões em 2006. No período, Rondônia tornou-se o 5º maior Estado exportador de carne processada industrialmente em todo o Brasil. Esses números podem estar seriamente ameaçados caso a decisão européia seja mantida.
Irlanda quer bloqueio total - Após as sérias sanções impostas à carne brasileira, a Irlanda posicionou-se de forma ainda mais radical: defende um bloqueio total à carne brasileira. O bloqueio faz parte de uma série de ações desenvolvidas por produtores irlandeses e ingleses para provar que a carne brasileira não atende às exigências sanitárias européias para exportação. O presidente da Associação de Produtores de Carne de Irlanda, Padraig Walshe, declarou ao jornal The Irish Times que o bloqueio é bem-vindo e que faz parte de uma campanha de cerca de dois anos para comprovar a suposta fragilidade do sistema sanitário brasileiro.
Toda essa campanha tem motivação puramente comercial. O Brasil é o principal exportador de carne para a União Européia. A fatia brasileira é de 65,9%, equivalentes a 327 000 toneladas, o que significa vendas de 963 milhões de euros somente no ano passado. Australianos, uruguaios e americanos, nossos maiores competidores, estão por trás desse jogo, e o Governo Federal precisa agir com firmeza, se necessário acionando a Organização Mundial do Comércio, para que as negociações sejam reabertas, afirma Aníbal.
No âmbito do Estado, o secretário ressaltou que a SEAPES, aliada ao IDARON, a agência de defesa sanitária responsável pelo controle de epizootias em todo o estado, estão reunindo esforços para manter o status de zona livre de aftosa com vacinação, que garantiu a Rondônia uma posição privilegiada no ranking nacional do agronegócio da carne: Temos mais de 81 500 propriedades rurais com bovinos, que somam 10,8 milhões de cabeças. Nosso índice de vacinação é superior a 99%, atestado por 6.00 barreiras volantes terrestres feitas desde 2003 - e tudo isso mostra a responsabilidade do Governo e a consciência adquirida por nosso produtores desde 1999, quando foi registrado pela última vez um foco de febre aftosa em Rondônia, em Pimenteiras do Oeste.
O nosso boi verde conquistou mercados porque tem melhor sabor e mais qualidade do que o gado criado exclusivamente em confinamento, como se faz na Europa, afirma Aníbal. Segundo ele, as alegações de insuficiência no controle sanitário brasileiro não passam de pretextos para que seja mantido um protecionismo inaceitável, até porque, depois que a própria Inglaterra foi obrigada a sacrificar milhares de animais por causa do mal da vaca louca, eles não têm muita autoridade para nos dar lições sobre rastreabilidade bovina ou controle de epizootias.
O agronegócio de Rondônia, liderado exatamente pelo complexo carne, exportou no ano passado US$ 447,7 milhões, contra US$ 296,1 milhões em 2006. No período, Rondônia tornou-se o 5º maior Estado exportador de carne processada industrialmente em todo o Brasil. Esses números podem estar seriamente ameaçados caso a decisão européia seja mantida.
Irlanda quer bloqueio total - Após as sérias sanções impostas à carne brasileira, a Irlanda posicionou-se de forma ainda mais radical: defende um bloqueio total à carne brasileira. O bloqueio faz parte de uma série de ações desenvolvidas por produtores irlandeses e ingleses para provar que a carne brasileira não atende às exigências sanitárias européias para exportação. O presidente da Associação de Produtores de Carne de Irlanda, Padraig Walshe, declarou ao jornal The Irish Times que o bloqueio é bem-vindo e que faz parte de uma campanha de cerca de dois anos para comprovar a suposta fragilidade do sistema sanitário brasileiro.
Toda essa campanha tem motivação puramente comercial. O Brasil é o principal exportador de carne para a União Européia. A fatia brasileira é de 65,9%, equivalentes a 327 000 toneladas, o que significa vendas de 963 milhões de euros somente no ano passado. Australianos, uruguaios e americanos, nossos maiores competidores, estão por trás desse jogo, e o Governo Federal precisa agir com firmeza, se necessário acionando a Organização Mundial do Comércio, para que as negociações sejam reabertas, afirma Aníbal.
No âmbito do Estado, o secretário ressaltou que a SEAPES, aliada ao IDARON, a agência de defesa sanitária responsável pelo controle de epizootias em todo o estado, estão reunindo esforços para manter o status de zona livre de aftosa com vacinação, que garantiu a Rondônia uma posição privilegiada no ranking nacional do agronegócio da carne: Temos mais de 81 500 propriedades rurais com bovinos, que somam 10,8 milhões de cabeças. Nosso índice de vacinação é superior a 99%, atestado por 6.00 barreiras volantes terrestres feitas desde 2003 - e tudo isso mostra a responsabilidade do Governo e a consciência adquirida por nosso produtores desde 1999, quando foi registrado pela última vez um foco de febre aftosa em Rondônia, em Pimenteiras do Oeste.