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BR-364: Uma restauração cheia de buracos e irregularidades
Sexta-feira, 22 Novembro de 2013 - 08:43 | Assessoria
O diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe, que nesta quinta-feira, 21, realizou inspeção nas obras de restauração da BR-364, entre Cacoal e Ji-Paraná, reconheceu que há deficiências no controle da qualidade do asfalto que está sendo aplicado na pista, bem como na execução da obra. Fraxe ficou assustado com a quantidade de buracos e com as irregularidades de toda ordem encontradas neste trecho da rodovia. "Isso não pode acontecer numa pista recém restaurada, pois o asfalto novo em rodovia federal tem que resistir por pelo menos cinco anos sem buracos", salientou o general.
A vistoria nas obras de restauração da rodovia foi feita de surpresa pelo diretor geral do Dint, em atendimento a cobrança feita pelo senador Acir Gurgacz (PDT), que na semana passada também denunciou a má qualidade dos serviços no plenário e nas Comissões de Infraestrutura e de Agricultura do Senado. "Qualquer cidadão que passa nos trechos já restaurados e tem que desviar dos buracos, numa pista que ainda nem recebeu a sinalização, percebe a má qualidade dos serviços e não podemos aceitar que o dinheiro público seja jogado fora", disparou Acir.
Dois técnicos do Dnit de Brasília acompanharam a vistoria e irão elaborar um relatório com as irregularidades encontradas. Uma equipe da Coordenadoria de Manutenção de Rodovia do órgão deve recolher amostras do asfalto para análise em laboratório. A suspeita é que a mistura do chamado Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) não esteja sendo feita de acordo com os padrões, normas e tecnologias estabelecidas pelo Dnit. Além disso, os técnicos irão analisar amostras da base e sub-base da pavimentação, bem como avaliar o sub-leito, que é o terreno em que a rodovia foi construída. "Vamos realizar uma análise completa, com testes e análises em laboratório, para termos um diagnóstico preciso que possa subsidiar a tomada de decisão", destacou o engenheiro Helton Carneiro, da Coordenadoria de Manutenção do Dnit.
Mesmo antes de conhecer os resultados das análises técnicas, o diretor geral do Dnit já notificou o Consórcio CCM/CCL para que refaça todos os trechos com irregularidades, o que está ocorrendo, e que não abra novas frente de trabalho até que todos os trechos em obra sejam concluído. "Percebemos que longos trechos de fressagem e restauração foram abertos simultaneamente, o que, agravado pelas chuvas, pode ter contribuído para o surgimento de buracos", observou o general Jorge Fraxe. O custo do retrabalho e de todas as correções que estão sendo feitas na rodovia será de responsabilidade do consórcio. "Algumas falhas aconteceram, estamos identificando e vamos corrigI-las, sem que isso represente aumento no custo da restauração da rodovia nos termos do contrato com o Dnit", salientou o general Fraxe.