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Criador da Bandeira de Rondônia explica a inspiração para o projeto que contempla o rio, a estrada, a riqueza e a estrela
Quinta-feira, 30 Maio de 2019 - 10:58 | Por Montezuma Cruz - fotos: Daiane Mendonça / Secom/RO
![Criador da Bandeira de Rondônia explica a inspiração para o projeto que contempla o rio, a estrada, a riqueza e a estrela](https://cdn1.rondoniagora.com/uploads/noticias/2019/05/30/5cefefe663e08.jpg)
Aos 17 anos, Sílvio Carvajal Feitosa, hoje arquiteto e servidor público municipal, vencia o concurso que escolheu o projeto da Bandeira do Estado de Rondônia. Com o dinheiro do prêmio, pagou parte dos estudos na faculdade.
Desde menino, Sílvio sempre teve aptidão para trabalhos manuais e desenho geométrico. Estudou inicialmente no Centro Educacional Dr. Granjeiro, depois no Colégio Diocesano em Uberaba (MG), em seguida cursou o científico no Colégio Objetivo em Brasília e, mais tarde, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Silva e Souza, no Rio de Janeiro .
Ainda em Brasília, quando fazia laboratório de arquitetura, soube pelo pai, o empresário e acadêmico de letras Cláudio Feitosa, que o governo estadual abrira concurso público para a escolha de seus símbolos. “Ele fez minha inscrição, eu vim de ônibus, cheguei num fim de tarde e no dia seguinte fiz minha sugestão, conforme as exigências do edital: a bandeira do novo estado teria que ter as cores do Pavilhão Nacional”, lembra-se.
Segundo relata, o arquiteto procurou dar sentido à forma para torná-la “a mais bonita bandeira do Brasil”. Aprovada em 31 de dezembro de 1981, a bandeira a própria criação do novo estado.
“Todo símbolo tem que ter identidade. É uma honra saber que o meu trabalho foi reconhecido pela população do estado”, diz Sílvio.
![Criador da Bandeira de Rondônia explica a inspiração para o projeto que contempla o rio, a estrada, a riqueza e a estrela](https://cdn1.rondoniagora.com/uploads/noticias/2019/05/30/5ceff051acec4.jpg)
Recentemente, ele recebeu convite da Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia (Glomaron) para fazer palestras em municípios do interior, para explicar a concepção do seu projeto.
O autor levou em consideração a maneira como ocorreu a ocupação do estado desde o período territorial: pelo Rio Madeira (maior afluente da margem direita do Rio Amazonas) e a partir das terras que margeavam a rodovia BR-364. Ou seja, vias fluvial e terrestre.
“Pela longa estrada entram e saem nossas riquezas de terras férteis, o que está acontecendo desde a forte migração dos anos 1970”, explica Sílvio. “O verde é a estrada em perspectiva, encontrando a linha do horizonte, e o céu que nos cobre é a estrela de prata (de 5 pontas) significando o ápice, a esperança, justamente no ponto de intersecção do final da estrada. O amarelo representa as riquezas do nosso Estado”.
Em módulos
Na parte técnica, a bandeira é dividida em módulos baseados no número áureo, ou secção áurea. Segundo a arquitetura, trata-se da proporção de ouro, uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega (PHI), em homenagem ao escultor Phideas (Fídias), que a teria utilizado para conceber o Parthenon, em Atenas (Grécia), e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618.
“São 14 módulos na vertical e 20 módulos na horizontal, mesmo que a bandeira varie em tamanho, até chegar ao retângulo áureo”, explica. “Abaixo da linha, a cor branca não deve invadir o verde”, alerta.
Sílvio sugere ao governo estadual a construção de um grande mastro à beira do rio, e abaixo dele, uma sala com a história antiga de Rondônia.
O poeta Cláudio Feitosa fez este poema em homenagem à bandeira estadual:
Sou a estrada evidente
pavimentada de esperança
traçada na magnificência;
Sou a a nova estrela, estanhada,
filha da fertilidade, que surge no horizonte do solo pátrio
e se projeta no céu azul da União;
sou o Estado de Rondônia