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Empresários já anunciam fim do toque de recolher e relaxamento de medidas; Governo nega
Quinta-feira, 28 Janeiro de 2021 - 16:25 | da Redação
Mensagens encaminhadas pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer) a seus associados garante que ao final das restrições de distanciamento social prorrogadas na última terça-feira (27), o Governo vai novamente relaxar as medidas de contenção, aplicando apenas regras já conhecidas e publicadas em outubro do ano passado.
De acordo com as mensagens, isso já ficou claro em reunião dos empresários e o Governo, “representado pelo Junior Gonçalves, Chefe da Casa Civil, e Luís Fernando, Secretário de Finanças”. Veja o teor:
A mensagem enviada aos empresários é verdadeira, de acordo com o que confirmou a assessoria de imprensa da Facer, afirmando no entanto, que o atual decreto não teve participação da entidade.
O Governo refutou a informação sobre já ter definido por um possível relaxamento e disse que a mensagem da Facer não procede.
“O Governo do Estado não confirma essa informação.
Após o vencimento do decreto vigente, será publicada uma nova portaria que irá apontar qual a fase de cada município.
Ainda de acordo com o Governo, “não é possível prever a fase em que o município estará visto que a metodologia utilizada para reclassificação de fase é levada em consideração, no dia da reclassificação, a média dos casos ativos de Covid-19 dos últimos 7 dias dividido pela média dos casos ativos dos 7 dias anteriores, com dados obtidos do Sistema Nacional e-SUS. A taxa de crescimento junto com a taxa de ocupação dos leitos são calculadas por meio de uma matriz instituída pelo Decreto que, consequentemente, determina de forma automática qual a fase de cada município”.
MP investiga fraude
O anúncio do Governo sobre o relaxamento das medidas acontece em meio às graves denúncias feitas pelo Ministério Público, que o Estado fraudo dados sobre números de internados em UTI justamente para beneficiar a classe empresarial.
Na última terça-feira (26), o MP confirmou que está investigando, através de inquérito Civil Público, possíveis alterações em dados sobre internações de pacientes para evitar a regressão a fases no plano de enfrentamento da pandemia para beneficiar os setores empresariais. O promotor, Geraldo Henrique Ramos Guimarães, que coordena Força-Tarefa de Enfrentamento à Covid-19, está à frente das investigações.
De acordo com o MP, uma possível adulteração teria sido praticada nos Relatórios Diários de Ações da Sala de Situação Integrada, composta por órgãos como a Agevisa, Defesa Civil e Secretaria Estadual de Saúde.
Como exemplo, o Ministério Público afirmou que, no último dia 6 de janeiro, o relatório apontava falsamente a disponibilidade de 41 leitos de UTI, com taxa de ocupação de 67,50%. No dia 08/1, o documento indicava somente 20 leitos. Ocorre que isso somente aconteceu porque foi inserido, indevidamente, 30 leitos de UTI do Cero, o Hospital de Campanha da Zona Leste, os quais nunca estiveram realmente disponíveis por falta de médicos.
A conduta fez com que a Capital regredisse da fase 3 para a fase 2, enquanto que, se tivessem sido utilizados dados reais, haveria retrocesso direto para a fase 1, que é a mais restritiva. Tal prática foi aplicada em outra ocasião, quando, apesar de haver leitos disponíveis em relatório, inexplicavelmente, mais de 30 pacientes aguardavam em fila por UTI no Estado.
Contudo, conforme destaca o MP, a real situação do Estado veio à tona recentemente, expondo a ausência de leitos e a necessidade do Estado em transferir pacientes para outros Estados.
Após a investigação ser confirmada pelo MP, o governador Marcos Rocha se defendeu durante uma coletiva de imprensa realizada no mesmo dia em que se tornou público às informações. Ele disse acreditar que tal situação tenha sido uma falha de interpretação por falta de conhecimento técnico-científico, gerando uma ação precipitada e isolada de um único membro do Ministério Público do Estado.
Na quarta-feira (27), os casos confirmados de Coronavírus em todo Estado chegaram a 121.005. O número de mortes subiu para 2.167 em Rondônia.