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Famílias do Abrigo Único não têm prazo definido para receberem casas populares
Segunda-feira, 10 Novembro de 2014 - 17:35 | RONDONIAGORA

Eu estou nesta situação há nove meses. Em fevereiro, quando tive que sair da minha casa no bairro Cai Nágua, fui levada para o Centro do Menor, com outras famílias, e ficamos abrigados lá por três meses. Em maio viemos para o Abrigo Único, e daqui não sei como e quando vou sair, diz Antônia Cristiane Neves.
Com quatro filhos para criar, Antônia conta que passou por todo esse problema enquanto estava grávida do filho mais novo. Já tive o neném, ele já está com cinco meses de nascido, e até agora ninguém deu nenhuma resposta quanto ao dia de receber a casa. As dificuldades em morar no Abrigo Único são várias.
Minhas crianças que precisam ir à escola, dependem do ônibus escolar, porque a escola é longe, lá no Triângulo, próximo de onde morávamos. Recentemente eles perderam duas semanas de aula porque não tinha transporte escolar, reclama Antônia.
Cassivaldo Sampaio também está na mesma situação há nove meses, e diz que na manhã desta segunda-feira (10), uma equipe de cadastramento passou pelo Abrigo Único recadastrando todas as famílias que precisam ser inseridas no programa habitacional do governo, mas não deu nenhuma previsão de quando isso deve acontecer.
Outra reclamação é sobre a falta de atendimento de saúde e segurança no local. No começo tinha tudo. Agora, para marcar uma consulta temos que ir atrás de alguma unidade de saúde mais próxima daqui, diz Antônia Cristina.
Rogério Lopes Silva está com a esposa e dois filhos abrigado em uma das tendas. Aqui a gente sofre com o calor, e quando tem temporal o vento arranca as lonas que cobrem as barracas e isso vira um sufoco. Além disso, a gente tem que dormir com um olho fechado e outro aberto. Desde que tiraram o posto policial daqui, vive acontecendo furtos, e até tentativa de estupro já teve, conta.
Morador do bairro Triângulo desde 1991, seu Jorge Cunha pondera que o único serviço que ainda não deixaram prestar é a alimentação. Como a gente não pode cozinha dentro das tendas, tem uma empresa que traz todos os dias o café da manhã, almoço e jantar. Isso não falta e é de qualidade. Água também nunca nos faltou porque aqui tem um poço artesiano, e eu que ligo a bomba todos os dias para abastecer os reservatórios.
Seu Jorge e a família esperam pela indenização do Consórcio Santo Antônio Energia. Como nós morávamos no perímetro de impacto, eles vão pagar. O processo já está em andamento e só estou esperando isso para comprar uma casa nova para a minha família, finalizou.