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Irmãs queimadas pelo ex-amante da mãe continuam internadas em UTI, mas já respiram sem ajuda de aparelho

Sexta-feira, 10 Novembro de 2017 - 08:29 | da Redação


Irmãs queimadas pelo ex-amante da mãe continuam internadas em UTI, mas já respiram sem ajuda de aparelho
Meninas continuam na UTI do Hospital Cosme e Damião (Foto: Uil Cavalcante/RONDONIAGORA)

O estado de saúde das duas irmãs de 5 e 7 anos de idade, que foram encontradas enterradas, com várias queimaduras e outras lesões graves pelo corpo, no dia 29 de outubro, dentro de uma represa localizada na Linha 180, na Zona Rural de Rolim de Moura, ainda é considerado grave. Elas estão internadas na UTI do Hospital Cosme Damião desde o dia 31 de outubro, quando foram transferidas do Hospital Regional de Cacoal para Porto Velho.

“Elas chegaram ao hospital em estado extremamente grave, com 30% de queimaduras de terceiro grau no corpo, que é a mais grave que existe porque queima toda a pele. Havia algumas áreas do corpo com queimaduras de quarto grau que são as que queimam abaixo da pele. No pescoço de uma das meninas teve queimadura de músculo. Elas apresentavam fratura de crânio e vários machucados pelo corpo, queimaduras no rosto, pescoço e na lateral direita do tórax”, conta a médica Flávia Lenzi.

Por conta da gravidade das lesões, as crianças tiveram que passar por um transplante de pele com urgência. “Nós tivemos que realizar a cirurgia de implantação de pele humana nas pacientes porque o estado de saúde delas era muito grave. Se a gente não fizesse esse transplante, a pele queimada ia largar toxinas no sangue delas e isso poderia piorar ainda mais o estado de saúde. Nós solicitamos a pele do banco de pele de Porto Alegre, que nos ajudaram bastante, e em apenas um dia chegou. A cirurgia ocorreu tudo bem. Na criança de 7 anos, que foi a mais demorada, durou seis horas. E na de 5 anos nós finalizamos em três horas”, explica a médica.

Ainda de acordo com Flávia, a pele transplantada nas crianças irá sofrer rejeição no prazo de 15 dias, mas já é esperada pela equipe. “Quando houver essa rejeição, as pacientes já vão estar bem clinicamente, hidratadas, sem anemia, pulmão funcionando normal. Aí a gente vai tirando pele de alguma parte do corpo delas para colocar no lugar dessas que foram implantadas. Infelizmente elas ficarão com cicatrizes pelo corpo por causa da gravidade das queimaduras que elas sofreram”, esclarece Flávia Lenzi.

As irmãs ainda exigem cuidados redobrados, mas elas já começaram a reagir ao tratamento. “Ontem elas tiveram uma melhora no quadro e estão respirando sem a ajuda de aparelho, mas continuam na UTI sem previsão para sair porque o estado delas ainda é grave. Os cuidados continuam, como troca de curativos e avaliações médicas constantemente para que elas possam ter uma boa melhora”, destaca.

Flávia destaca a importância do trabalho da equipe médica da UTI e da cirurgia para salvar a vida das crianças. “Quero agradecer e parabenizar o excelente trabalho de toda equipe porque foi através do esforço de cada um que as meninas conseguiram sobreviver. A cirurgia foi muito importante porque isso contribuiu para a boa evolução do quadro de cada uma”, finaliza a cirurgiã.

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