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IRREGULARIDADES VÃO DESDE NOTAS FRIAS A DINHEIRO NA CONTA DE FILHAS E ESPOSA
Domingo, 02 Fevereiro de 2014 - 09:57 | RONDONIAGORA
O poderoso esquema foi descoberto por uma comissão interna do Sebrae em Rondônia
O RONDONIAGORA obteve acesso ao relatório da Comissão interna de investigação que constatou uma série de irregularidades em recursos destinados pelo Sebrae a federação comandada pelo dirigente de Leonardo Heuler Calmon Sobral. Ele próprio confessou que destinou dinheiro a familiares, considerando a prática como saudável. Além disso, a “gestão temerária” também detectou contratos com empresas que apresentaram notas fiscais inidôneas.
Um dos contratos pagos pelo Sebrae às empresas da mesma família de Leonardo Sobral, enquanto presidente da Feempi, envolveu a LEV Desenvolvimento de Softwares e Tecnologia LTDA, criada em 2009 pelas filhas do próprio Leonardo Sobral, Ana Luiza de Castro Calmon Sobral e Heloisa Helena Calmon. No entanto, os pagamentos foram realizados diretamente na conta da mãe das jovens, Irene de Castro Almeida Calmon Sobral, esposa do gestor dos recursos, Leonardo Sobral.
Mas não é só. Outra empresa, AL de CC Sobral Desenvolvimento de Software, também pertencente a Ana Luiza de Castro Calmon Sobral também foi contratada com dinheiro do Sebrae. Além dessas duas, indiretamente recebeu recursos públicos a ICAC Indústria e Comércio, também pertencente a Ana Luiza de Castro Calmon Sobral. Ela era dona ainda de uma empresa de assessoria.
Pelas investigações, Ana Luiza de Castro Calmon Sobral, a filha faz-tudo de Leonardo Sobral, recebia vultosas quantidades de recursos seja para a justificativa de prestações de contas por serviços suspeitos, ou até para pagamento de bolsas de estagiários.
O caso das notas
Entre os rumorosos casos de suspeitas de esquemas para desvios de recursos do Sebrae, a comissão interna detectou ainda a apresentação de notas frias de empresas que teriam supostamente realizado serviços para a federação comandada por Leonardo Sobral. Acontece que as empresas utilizaram nota fiscal com CNPJ de outra empresa.
O caso envolve duas empresas: Texto Final Comunicação e MAP Marketing, “contratadas” por Leonardo Sobral para realização de projeto. O representante da empresa era Marcus Vinicius Tavares Pimentel e Rosangela Gonzaga Teixeira. As notas foram consideradas inidôneas, frias. Na constatação realizada pelo Sebrae, o CNPJ é na verdade de uma empresa com atividade bem diferente de comunicação: DALLAS COMERCIA DE DERIVADOS DE PETRÓLEO LTDA – ME. A justificativa apresentada por Leonardo Sobral: “Não entendeu como a comissão chegou a essa conclusão”. Qualquer cidadão pode consultar o CNPJ de empresas no site da Receita Federal. No caso, o da Texto Final Comunicação e MAP Marketing é o mesmo da DALLAS COMÉRCIO, 84.617.653/0001-04.
Como se não bastasse, além de realizar pagamentos a empresas que apresentaram notas frias, a empresas constituídas por sua família, há outro caso que revela o completo desprezo como o dinheiro público era tratado pelo dirigente do Simpi/Feempi: constituída em 28/11/2006, a empresa Ita Casas e Construções LTDA recebeu recursos no dia 06/11/2006. A explicação do dirigente soa como brincadeira. ”Realmente os serviços foram elaborados enquanto a empresa estava se formalizando..Contratamos a empresa que tinha o melhor preço para a execução do serviço, fazendo este, o compromisso de apresentar a nota fiscal assim que a empresa se regularizasse”.
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