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Marido de paciente, internada na UTI, denuncia comércio de jalecos dentro da AMI em Porto Velho
Quarta-feira, 02 Fevereiro de 2022 - 10:08 | da Redação
Com Porto Velho batendo recordes de caso de Covid-19, uma cena insólita aconteceu na Unidade de Assistência Médica Intensiva -AMI, localizada no bairro Caladinho. Uma servidora, cuja identidade não foi revelada, abriu uma mala e começou a marretar jalecos para médicos e enfermeiros. Além do barulho, os próprios profissionais estavam passando de mão em mão os acessórios de Saúde, mesmo com a orientação para evitar aglomeração e manter distanciamento. O caso foi relatado pelo jornalista Carlos Macena, marido de uma paciente internada na UTI da AMI, acometida com AVC.
Segundo ele, no dia da visita os enfermeiros obrigaram-no a vestir um roupão, usar luvas e touca de proteção. Passados alguns minutos, Macena saiu do local em razão do horário de permanência e se deparou com uma senhora “gritando na recepção com uma mala cheia de jalecos oferecendo aos médicos”. Prontamente, ele pediu silêncio e respeito porque ali se encontravam pessoas queridas lutando pela vida. Além de não dar ouvidos, a mulher invadiu a sala da UTI, sem qualquer proteção exigida aos visitantes. Indignado, Macena foi atrás dessa senhora e pediu para que fosse retirada da UTI. Para Macena, a citada mulher é servidora e é acostumada a fazer da AMI um comércio para os médicos e enfermeiros. “É uma falta de respeito com os pacientes. As pessoas sem a menor preocupação com a Covid pegando nas roupas e passando para as outras”, disse o jornalista.
Visitas suspensas
Após a denúncia veiculada em órgãos de imprensa, a direção da AMI resolveu suspender as visitas aos pacientes internados na UTI. “É uma inversão de valores. Em vez de afastar o comércio do local e punir essa servidora, a unidade resolve punir quem fez a denúncia porque não poderei mais visitar minha esposa”, disse ele. Ela está internada há mais de 20 dias e apresentou melhoras. Macena pretende levar o caso ao Ministério Público. A direção da AMI não se pronunciou sobre o assunto.