Geral
Moradores do Bairro Planalto bloqueiam via em frente ao TJ contra ordem de desocupação de área ocupada há 6 anos
Segunda-feira, 30 Outubro de 2017 - 11:20 | da Redação
Mais de 100 famílias do Bairro Planalto, localizado na Zona Leste de Porto Velho, bloquearam a Avenida Farqhuar, em frente do Tribunal de Justiça (TJ), na manhã desta segunda-feira (30), para protestar contra uma liminar que determina a desocupação do local no prazo de cinco dias.
O local corresponde a uma área identificada como Quadra 100, que foi ocupada pelos manifestantes há cerca de seis anos. Um possível proprietário do imóvel solicitou a reintegração de posse e, agora, a Justiça autorizou. O dono da área não foi identificado.
Morando no Bairro Planalto há três anos, a idosa Ivanilde Constâncio, de 75 anos, diz não ter para onde ir e pede resposta as autoridades. “Depois desse tempo todo lutando para construir minha casa que eu tanto sonhei eles querem me tirar de lá. Eu e os outros moradores não temos para onde ir e nós não vamos sair das nossas casas. A gente quer uma resposta e só vamos sair daqui quando tiver algo positivo para todos os moradores”, pediu a moradora.
Umas das primeiras moradoras do bairro, Maria de Fátima, de 42 anos, viu a área se desenvolver e diz que não vai sair da sua casa. “Eu cheguei em 2008 no meu bairro, comprei construí um barraco de madeira pra morar e agora chega um advogado e diz que temos que sair do local. Eu não tenho onde morar e nem condições de comprar outra casa e de lá só saio quando morrer porque já gastei muito pra agora abandonar o que é meu”, afirma.
A dona de casa Juciane Correia, de 33 anos, mora há um ano na quadra 100 e pede solução para o problema. “Nós já procuramos as autoridades várias vezes para tentar resolver nosso problema porque a gente precisa de ajuda. O homem que diz ser o proprietário da área é o dono de uma imobiliária e mandou a gente sair de lá no prazo de cindo dias. Agora, a última alternativa foi vir fazer manifestação em frente ao Tribunal de Justiça e daqui só saímos quando resolver nosso problema”, diz a moradora.
Rose Araujo, 40 anos, reclama do descaso das autoridades por não ajudar as famílias que moram na localidade. “Eles não estão nem ai pra gente porque somos pobre e eles só estão ouvindo o homem que diz ser dono dos terrenos porque ele tem dinheiro. O oficial de justiça foi lá no dia 22, deu o prazo de cinco dias para sairmos, o prazo já venceu e não vamos desocupar o local. Ninguém aqui tem para onde ir e nem condições de comprar outra casa”, garante a moradora.
Um grupo formado por seis moradores do bairro foi recebido para uma reunião no Tribunal de Justiça de Rondônia.