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Morte de criança acelera CPI da Caerd
Domingo, 25 Maio de 2014 - 10:54 | RONDONIAGORA
Complica-se a gestão da presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), Iacira Rodrigues Azamor, com a morte do garoto Kauan Miakel Avelino Silva, 8, ocorrido na quarta-feira, 21, no Bairro São Bernardo em Ji-Paraná. O menino se afogou em uma poça de água criada em um buraco aberto há três dias pela empresa. Embora a Caerd tenha arcado com os custos do funeral, a Agência Reguladora de Serviços Públicos da Prefeitura (AGERJI) acusou a companhia de “negligência e imprudência” no episódio. A família ficou em estado de choque e não quis falar sobre o assunto.
O incidente envolvendo o menor é mais um ingrediente na desgastada gestão de Iacira Azamor. Empossada em janeiro deste ano, ela não conseguiu apresentar resultados satisfatórios ao Governo. Pelo contrário, chegou a companhia aumentando os custos da folha de pagamento. Em duas Resoluções de Diretoria, ela criou 118 novos cargos comissionados, comprometendo em mais R$ 5 milhões o financeiro da empresa. Suas explicações a imprensa não convenceram os deputados estaduais, que estão propensos a apresentar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o que está acontecendo na Caerd.
Nesta semana o deputado estadual Luizinho Goebel (PV-Vilhena) não pôde apresentar o requerimento por causa dos compromissos assumidos no interior. “Mas essa semana não passa. Vamos investigar a Caerd. A empresa não tem investimentos e diz que está falida, mas contrata dezenas de pessoas comissionadas”, disse o deputado Luizinho Goebel. O deputado Euclides Maciel (PSDB-Ji-Paraná) lamentou a morte do garoto e também concordou em abrir uma investigação na Caerd.
Para os deputados estaduais, no caso de Ji-Paraná houve negligência porque a empresa tinha a obrigação de sinalizar o local para evitar acidentes. O buraco cheio de água estava aberto desde a segunda-feira, 19, e a companhia não tinha previsão para concluir os serviços.
Companhia não respeitou regras municipais
Para o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Ji-Paraná (AGERJI), Cledson Viana Alves, a Caerd não respeitou as regras municipais sobre obras públicas. Segundo ele, todos os serviços que ultrapassarem de um dia para o outro, os locais precisam ser sinalizados para evitar acidentes. “Nesse caso, não existia sinalização alguma”, explicou Cledson. “Após ouvir alguns dos servidores envolvidos na situação, informalmente, chegamos a uma conclusão preliminar de que houve negligência e imprudência da CAERD quando, ao terminar os serviços na noite de 19 de maio de 2014, não providenciou a sinalização do local. Ressaltamos que sempre foi determinação e exigência desta AGERJI que, todos os serviços que ultrapassem de um dia para outro têm que ser sinalizados e esta regra foi desobedecida, no caso em tela”, diz trecho da Nota Oficial emitida pela agência no dia seguinte ao acidente. No mesmo dia, a presidente da Caerd, Iacira Azamor, publicou nota nos veículos de comunicação lamentando a morte da criança e se colocando a disposição para pagar os custos do funeral.
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