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Nove meses depois do aumento nada mudou na Capital
Quarta-feira, 14 Setembro de 2011 - 17:30 | RONDONIAGORA
Porto Velho oferece uma das tarifas mais caras e um dos piores serviços do país em se tratando de transporte coletivo. Mais de nove meses depois do reajuste abusivo de R$ 2,30 para R$ 2,60, nada mudou para o cidadão que depende dos serviços prestados pelas empresas de transporte coletivo da capital. Falta de abrigos, linhas insuficientes, ônibus sujos, velhos e superlotados, atrasos, falta de um terminal de passageiros e tantas outras mazelas ainda estão presentes no cotidiano do portovelhense.
Ainda no mês de dezembro quando a prefeitura já anunciava o reajuste na tarifa de mais 16%, muitas foram as manifestações de protestos por parte de estudantes, sindicatos e de vários movimentos, através de audiência pública, inclusive a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Rondônia também se posicionou contra. Mas infelizmente, todo esse alarde não passou de mero barulho. O Executivo Municipal, através de uma manobra que beneficiou somente as empresas, enfiou de goela abaixo o reajuste e todos tiveram que engolir seco.
Muitas das promessas feitas pelo Prefeito e pelo Conselho Municipal de Transportes (Comtrans), através de termos em que as empresas se comprometeriam a melhorar a prestação de serviços aos usuários, se quer saíram do papel. Em parte, a população acaba sendo a maior culpada e prejudicada. Culpada, porque se cala e o silêncio acaba se tornando omissão ao aceitar esses e tantos outros desmandos.
Quanto aos vereadores que foram eleitos para discutir as questões locais, elaborar leis exequíveis, fiscalizar os atos do Executivo Municipal, trabalhar em função da melhoria da qualidade de vida da população, parecem ter esquecidos da população que os elegeu. Em meio as tantas mazelas, se dão ao direito de silenciar diante do clamor do povo.
Longe de mim incitar a desordem e a falta de diálogo como forma de buscar soluções dentro de um princípio democrático, mas há momentos em que precisaríamos ser ousados como foram os estudantes gregos. Talvez hoje teríamos um transporte coletivo de qualidade, uma saúde municipal que atendesse com dignidade a população e certamente não haveria tantas obras paralisadas, diante de tantos recursos federais e das compensações.
Bosco Cardoso - Jornalista