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Peritos qualificam como falsas notícias de canibalismo na Amazônia

Quinta-feira, 19 Fevereiro de 2009 - 15:29 | SURVIVAL INTERNATIONAL


Vários dos peritos mundiais sobre o povo indígena amazônico acusado de matar e comer um colono branco duvidam seriamente da autenticidade da cobertura dada pelos mídia. O suposto canibalismo desse povo foi relatado nos mídia pelo mundo.



Domingos Silva, antropólogo da Universidade Federal de Santa Catarina afirmou disse ‘Os Kulina, em toda a bibliografia que conheço, nos anos todos em que os estudei, na convivencia que tive com eles no Alto Purus, ou na troca de informações com sertanistas experimentados da região, nunca deram qualquer sinal de prática canibalística’

Membros do povo Kulina (ou Culina) foram acusados de matar um homem, por vezes referido como um estudante com deficiências e outras como vaqueiro, e de comer o coração e coxas num ‘ritual canibalístico’. Os Kulina vivem em áreas remotas da floresta amazônica – alguns no Brasil e outros no Peru.

Domingos Silva, antropólogo da Universidade Federal de Santa Catarina afirmou disse ‘Os Kulina, em toda a bibliografia que conheço, nos anos todos em que os estudei, na convivencia que tive com eles no Alto Purus, ou na troca de informações com sertanistas experimentados da região, nunca deram qualquer sinal de prática canibalística’

O Doutor Daniel Everett, presidente do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas de Universidade do Estado de Illinois, e autor do best-seller 'Não Durma, Aqui tem Cobra', disse ‘Trabalhei com todos os grupos da família Arawan, da qual fazem parte os Kulina. Não conheço nenhuma prova de que os Kulina ou qualquer outro grupo Arawan tenham alguma vez praticado canibalismo.’

A fonte das reportagens parece estar limitada ao prefeito de uma cidade próxima, que disse a polícia ter sido informado por um membro do povo de que o ‘ritual’ teria acontecido.

Ivar Busatto, coordenador da organização não-governamental OPAN, que há anos trabalha com os Kulina, disse ‘Fatos foram atribuídos aos índios sem ter sido feito um inquérito. Houve sim um pré-julgamento dos índios, parte de uma grande campanha de difamação que tem por detrás outros interesses.’

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