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Política do Governo Federal prejudica produtores rurais de Rondônia

Quarta-feira, 19 Junho de 2013 - 14:17 | RONDONIAGORA


Representando o governador Confúcio Moura, o secretário de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri), Evandro Padovani, reúne-se nesta quarta-feira (19) em Brasília com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade, pleiteando um ajuste para os preços da safra recorde do milho safrinha no Estado.



O preço oferecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de R$ 15,12 a saca de 60 quilos, pelo sistema de opção de vendas com pagamentos para o mês de dezembro, não cobre os custos de produção. Descontando os emolumentos cobrados pelo governo Federal à saca de milho caí para R$ 12,69.

Conforme nota fiscal da Conab apresentada pela presidente da Associação ASPROUNIÃO, Maria Madalena de Paula, a CONAB comercializa no varejo a saca de 60 quilos de milho, com pagamento a vista ao preço de R$ 23,40 aos consumidores. “Isso é uma discrepância”, sintetiza Maria Madalena, que adquire 1.900 quilos de milho por mês para atender seus associados.

Na realidade os pequenos produtores rurais que necessitam adquirir milho na Conab, fortalecendo os grandes agricultores, também são prejudicados diante de uma politica de preços incoerente que enfraquece os dois lados.

Em caso de emergência, se o produtor optar para receber em setembro a saca de milho baixa para R$ 11.43. O produtor rural Jaime Bagato reconhece que negociar com a Conab não é um bom negócio e que para o produtor não ter prejuízo o preço mínimo de opção de vendas deveria girar entre R$ 17,50 e 18,00. Na verdade, os produtores rurais do Cone Sul do Estado não querem vender a vasta produção de milho safrinha para o Governo Federal.

Safra Recorde

Com uma área cultivada superior a 80 mil hectares, pelos levantamentos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tudo indica que o Estado de Rondônia terá no milho safrinha este ano uma colheita recorde variando entre 290 e 300 mil toneladas, talvez até um pouco acima, com destaque para a região do Cone Sul. Ali, a colheita em média é de 80 sacas por hectare.

O obstáculo maior reside no preço oferecido pela Conab que não cobre o custo de produção, daí vem à baixa procura pelos contratos de opção de venda para este órgão. A expectativa é de que haja uma reação do mercado. Como os preços são insuficientes os agricultores estão optando por segurar os produtos.

Na opinião do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Vicente Godinho, às boas sementes desenvolvidas e adaptadas ao clima deste Estado têm contribuído para a alta produtividade e qualidade do milho safrinha.

De acordo com a maioria dos produtores rurais do Cone Sul de Rondônia, para empatar a saca de milho deveria ser adquirida pela Conab ao preço de R$ 18,75. Para sair do vermelho, o produtor rural Roberto Tisott Júnior afirma que é necessário uma produção de 127 sacas por hectare para cobrir as despesas com os preços pagos pela Companhia.

Gargalos e falta de logística

A vocação agrícola do Estado de Rondônia, pela sua localização geográfica, clima ameno e solos férteis, com as novas tecnologias no campo tornou-se uma realidade incontestável. Novas áreas estão sendo incorporadas incrementando a produtividade com os agricultores acreditando e investindo pesado.

As terras de Rondônia apresentam condições propicias para três safras anuais. Duas de leguminosas de folhas largas, soja e feijão e uma de milho, folha estreita, evitando inclusive, o surgimento de doenças nas lavouras. A previsão das empresas que comercializam insumos e sementes para 2014, só para o milho safrinha é de que haja um crescimento de 20%. 40% das sementes e insumos da próxima safra já foram comercializadas em toda a região do Cone Sul.

O empresário da área de insumos, Marcelo Lucas da Silva, que conhece bem a realidade da região Cone Sul no Estado, não teoriza, afirma: “não há onde armazenar a produção, os poucos locais que existem são insuficiente. Os produtores enfrentam dificuldades na comercialização, os maiores armazém são caminhões no forte da safra que carregam 1.500 carretas/dias, entre o norte de Mato Grosso e o Sul de Rondônia.”

O empresário não falou nenhuma inverdade, o Brasil e Rondônia, por extensão não exporta mais por falta de logística e infraestrutura portuária. A radiografia de um Estado cuja agricultura, com todas as dificuldades cresce 20% ao ano, será mostrada ao pelo secretário Evandro Padovani ao Ministro Antônio Andrade. Rondoniagora.com

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