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Ponte sobre o Rio Madeira é liberada após negociação com a PRF

Sexta-feira, 09 Setembro de 2016 - 09:41 | Da redação


Ponte sobre o Rio Madeira é liberada após negociação com a PRF
Após quase quatro horas de bloqueio, a BR-319 foi liberada pelos moradores da Vila do Dnit e do Bairro Balsa que exigem a retirada de dragas de garimpagem das proximidades da ponte sobre o Rio Madeira. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma comissão de moradores será formada para ajudar na fiscalização. Além disso, um patrulhamento mais intenso pela Marinha e pela Polícia Militar Ambiental (PMA) deve começar até a próxima quarta-feira.



Os moradores iniciaram o protesto por volta das 6 horas desta sexta-feira. Eles reclamam que muitos garimpeiros estão trabalhando na base da ponte e isso pode prejudicar o acesso entre as duas margens do Rio Madeira. “Eu uso essa ponte todo dia, meu marido, meus filhos, muita gente usa. Agora eles ficam garimpando durante a noite, na escuridão para não serem flagrados, e o nosso medo é que possa danificar a estrutura da ponte e ela venha a cair, causando acidentes muitos maiores. E sem contar que se isso acontecer, nós vamos voltar a era da balsa, quando a gente pagava muito caro e demora muito mais”, afirma Maria Rosângela da Silva, moradora da Vila do Dnit.

O morador Daniel Rodrigues acredita que o trabalho é ilegal devido ao horário em que os garimpeiros aparecem para trabalhar na região. “Se fosse um trabalho legal eles poderiam explorar durante o dia também. E a gente só quer que eles sejam retirados e levados para mais longe da ponte. Por isso pedimos mais fiscalização”.

De acordo com Marcelo Santos, coordenador da Defesa Civil, os moradores asseguram que a garimpagem no entorno da ponte está prejudicando a estrutura da ponte. “A Defesa Civil está acompanhando o serviço. Estávamos indo entregar água potável para as famílias do Baixo Madeira, mas não conseguimos passar por conta do bloqueio também. É um direito deles (o protesto), mas a Marinha e a Polícia Militar e PRF quem podem fiscalizar. A Defesa Civil pode apenas dar apoio, nesse caso”, diz Marcelo.

A garimpagem na Área de Proteção do Rio Madeira, segundo a PRF, é proibida por conta da proximidade com as usinas hidrelétricas. O chefe de fiscalização de Rondônia da PRF, inspetor Régis Ramos diz que o monitoramento vai continuar, com ajuda dos moradores, no entorno da ponte. “Nós não podemos fiscalizar o rio, mas a fiscalização no pé da ponte nós podemos fazer. E o poder público vai iniciar, um trabalho de fiscalização para levar as dragas para rio abaixo, porque 19 km abaixo das usinas não pode haver exploração. Até quarta da semana que vem serão iniciados as fiscalizações”, garante o inspetor.
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