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Porto Velho registra 70 casos de bebês infectados por sífilis congênita neste ano, informa Semusa
Segunda-feira, 06 Novembro de 2017 - 09:19 | da Redação
A sífilis tem afetado cada vez mais as gestantes de Porto Velho. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), somente neste ano 80 grávidas já foram diagnosticadas com a doença em Porto Velho. Em 2016, o total contabilizado foi de 94 casos. Já os casos de transmissão da grávida, a sífilis congênita, para o bebê ocorreram em 70 casos, em 2017.
Na última semana, o governo federal anunciou que os 100 municípios que concentram 60% dos casos de sífilis do país receberão recurso para intensificar a ações e conter o avanço da doença. Porto Velho está na lista do Ministério da Saúde.
De acordo com a enfermeira Maria de Lurdes, o diagnóstico precoce em gestantes ajuda na cura da doença, infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica. “O teste rápido tem que ser feito no pré-natal assim que mulher descobre que está grávida, porque se der positivo, ela tem que iniciar o tratamento o mais rápido possível. Nós capacitamos nossos profissionais para que eles identifiquem esses casos em gestantes o mais cedo possível para que ela faça todo o tratamento, que não é longo”, esclarece a enfermeira ressaltando que o parceiro da gestante também precisa de tratamento para evitar nova contaminação.
Ainda de acordo com a enfermeira, a doença, quando não tratada, progride ao longo de muitos anos. A transmissão pode ser sexual, entretanto, a mulher portadora da bactéria durante a gestação pode transmitir para o feto durante todo o período gestacional. O resultado da contaminação do feto pode ser o abortamento ou o nascimento de crianças com sífilis.
“Muitas pacientes não fazem exame VDRL ou o pré-natal para identificar a doença que, todos nós sabemos, é obrigatório. Se ela faz o tratamento como tem que ser feito e, logo no início, o bebê não corre o risco de ser infectado”, alerta.
Segundo informações do Ministério da Saúde, os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) trabalharão de forma integrada para fortalecer diagnóstico, vigilância epidemiológica, tratamento, assistência, pesquisa e comunicação. O Ministério assumiu a compra centralizada de 2,5 milhões de ampolas de penicilina benzatina para o tratamento da sífilis adquirida e em gestantes, além de 450 mil ampolas da penicilina cristalina, para tratar a doença em bebês. A quantidade garantirá o abastecimento da rede pública até 2019.
Em Porto Velho, Lurdes afirma que as ações no combate a doença já estão sendo reforçadas. “Nós alertamos os profissionais (da saúde) para alertar as pacientes que façam o teste. Vamos às escolas conversar com alunos sobre as prevenções e distribuímos nossas cartilhas para que eles fiquem informados sobre a doença e levem para seus pais, amigos e familiares a importância de se prevenir”, garante a enfermeira.
A sífilis pode ser identificada através dos testes rápidos oferecidos nas Unidades de Saúde do município e o resultado sai na hora.