Povo indignado com abandono de Porto Velho

BAIRROS ESTÃO COM ATOLEIROS, SEM COLETA DE LIXO E ÁGUA POTÁVEL

O projeto de mobilidade urbana apresentada pelo prefeito Mauro Nazif (PSB) foi duramente criticado pela população e a decisão do Tribunal de Contas de proibir a inversão da 7 de Setembro, sem antes consultar a Câmara e a comunidade através de audiências públicas, foi plenamente apoiada. “Que tal arrumar as ruas de Porto Velho que estão cada dia pior e mais esburacadas, como a Rio de Janeiro e as ruas da periferia? Pior administração da história de Porto Velho, só nepotismo”, criticou o morador Adalberto Oliveira nas redes sociais.

Quem busca informações dos bairros não precisa procurar muito. No Jardim Santana, por exemplo, são poucas ruas do bairro que estão em condições de trafegabilidade. O resto não dá para passar nem a pé. Um comerciante da Rua Termolina explicou que vários veículos ficaram atolados próximo do seu estabelecimento. “Já veio aqui programas de televisão, vereadores, mas até agora nada foi feito para arrumar nossa rua”, disse ele. A Rua Ivan Cury praticamente desapareceu entre lixo, lamaçal e mato. Para passar, só a pé e pela calçada. Muita gente utilizar o caminho para buscar água potável na escola do bairro, pois não há rede de abastecimento e nem poço artesiano. Turmalina e Araguaína também estão em péssimo estado de conservação. Para piorar, o Jardim Santana ficou sem energia elétrica por 3 dias e a coleta de lixo é feita de 15 em 15 dias.

Na semana passada, o Tribunal de Contas proibiu o investimento de cerca de R$ 80 milhões no Plano de Mobilidade Urbana. Entre as prioridades do projeto estava a inversão da Avenida 7 de Setembro, baseada em pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O povo reagiu com indignação e apoiou a decisão da Corte. “Em vez de mudar a 7 de Setembro, usem esse dinheiro para arrumar os buracos que a cada dia vem crescendo em nossa cidade. Nunca vi tanto buraco na minha vida. Só no ano passado gastei R$ 600,00 só na suspensão do meu carro”, comentou o acadêmico Dataniel Rodrigues.

Desabafo

Dos 2600 clientes entrevistados pelo comerciante Daniel Junior, que possui um ponto na Almirante Barroso, rua em que o prefeito quer transferir o tráfego da  7 de Setembro, apenas 3 são favoráveis a inversão. Para ele, a Fecomercio e não o CDL representa a classe dos comerciantes. E na Almirante Barros, onde está seu comércio, 100% dos lojistas são contra a inversão da avenida.