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PREFEITURA INTERDITA BAIRRO TRIÂNGULO POR TEMPO INDETERMINADO
Segunda-feira, 04 Agosto de 2014 - 17:31 | RONDONIAGORA
Uma das áreas históricas da cidade, o bairro Triângulo, localizado na região do Cai N′Água, foi interditada por tempo indeterminado na manhã desta segunda-feira, 04, pela Prefeitura de Porto Velho. O bloqueio, feito pela Defesa Civil municipal, atinge um perímetro que vai da rua Rio Machado até o Barracão do Rai, na área baixa do bairro, às margens do rio Madeira. A interdição é por causa do risco de desmoronamento do barranco que cede a cada dia comprometendo as casas localizadas na região. Apesar do perigo, algumas famílias retornaram para suas casas cerca de sete, segundo os próprios moradores , mesmo sabendo do risco que correm ao permanecerem no local impróprio para morar. Muitas casas já desabaram e outras ameaçam cair a qualquer momento.
O chefe de Minimização de Desastres, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), Natanael Moura, foi enfático em afirmar que ninguém está autorizado a voltar enquanto as residências não forem vistoriadas e seja emitido o laudo técnico atestando a viabilidade de ocupação das casas. Ele também não descartou a possibilidade de demolição das residências localizadas nas áreas interditadas. Muitas residências não tiveram a estrutura afetada, mas o entorno está comprometido. Há desmoronamento de barranco todo dia que fragiliza ainda mais o solo. Com o solo comprometido, a casa também fica comprometida. Se o solo ceder a edificação não fica em pé. Tem também o risco da casa do lado desabar e comprometer a residência vizinha, adianta.
Todas essas questões têm que ser levada em conta, de acordo com o que afirmou o técnico da Defesa Civil, daí não estar descartada a demolição. Se for preciso chegar a esse caso extremo, deverá ser assegurada às famílias afetadas toda a estrutura necessária para que elas possam recomeçar suas vidas em outro local. A Defesa Civil ainda trabalha no levantamento para saber quantos imóveis existem na área interditada.
Natanael Moura revela que todo ano a Defesa Civil interdita temporariamente a área por 90 dias, por causa da elevação do nível do Madeira no período do Inverno. Mas essa será a primeira vez que o bloqueio será por tempo indeterminado. É de praxe haver a interdição, mas não com essa de agora. É uma situação tão atípica, que o rio está há três metros acima do nível registra nesse mesmo período no ano passado, frisou.
O local lembra uma cidade-fantasma, com casas destruídas, outras na iminência de desmoronar, solo com grandes fissuras que aumentam a cada dia por causa da infiltração dos canos estourados da rede de abastecimento de água da Caerd. Andar pela área só a pé. Veículos não conseguem mais trafegar pelo que antes era uma rua.
Parte do trilho do patrimônio histórico da estrada de ferro Madeira-Mamoré, cede junto com o solo. Grande extensão da fissura passa por debaixo do trilho, o que agrava mais a situação. Não fosse as famílias resistentes, o local estaria abandonado nesse cenário de destruição, provocada por uma tragédia natural. A maior enchente do rio madeira já registrada na história de Porto Velho.
Resistência
Os moradores que retornaram a suas casas afirmam que o solo está cedendo por dia cerca de 60 centímetros. Alguns chegaram a elevar o piso, mas o desnível fica mais acentuado a cada dia, porque o solo não para de ceder por causa dos constantes desmoronamentos. Mas entre ficar sem ter onde morar e conviver com o risco iminente, eles preferem a segunda opção.
Morador do Triângulo há 64 anos, José Lopes da Silva, de 70 anos, disse que nunca tinha vista nada igual ao que acontece agora no bairro. Ele lembra que já viveu várias enchentes do rio Madeira ao longo de sua vida, mas nenhuma fez o estrago que a cheia deste ano fez. Ele é um dos moradores que retornou ao local onde morava antes da casa ser invadida pela enchente e afirma que vai permanecer no local. Não tenho onde morar, não tenho como pagar aluguel, então vou ficar por aqui. Não tem outra solução, afirma. Viúvo, José Silva mora na casa de dona Marina Martins Costa, 61 anos, que teve a casa coberta pela água até próximo ao telhado cerca de três metros. Ela sobrevivia de uma lojinha de venda de confecções que tinha em casa. Agora, ela depende só da aposentadoria.
Na casa moram quatro pessoas. Ela, a filha o genro e o viúvo José Silva. Depois da enchente, tudo ficou mais difícil, segundo afirmou. Ela reconhece o risco que corre, porém é firme em dizer que prefere ficar. Eu sei do perigo, mas entreguei tudo na mão de Deus. É muito triste ver o patrimônio construído ao de sua vida ser perdido de uma hora para outra. Só Deus mesmo para nos livrar desse sofrimento, lamenta.
Genésio Silva Mendes, 39 anos, é outro que preferiu arriscar enquanto ele afirma ser possível permanecer dentro da casa onde mora ele, a esposa e os três filhos, o menor com dois anos, o do meio com quase quatro anos e o mais velho, com sete. Enfrente a casa, o solo continua cedendo, mas a exemplo dos demais moradores, ele e a família preferem arriscar e permanecer no local. Não tenho como pagar aluguel, vivo de um flutuante que tenho aqui no rio. Não tenho outra casa, então foi ficar por aqui e ver o que acontece. Quem está aqui de volta, retornou porque tem precisão. Ninguém está aqui porque quer. A gente sabe dos riscos. Tem noite que não consigo dormir direito e fico monitorando para ver se o solo está cedendo. Mas eu não tenho para onde ir, afirma.
O chefe de Minimização de Desastres, da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), Natanael Moura, foi enfático em afirmar que ninguém está autorizado a voltar enquanto as residências não forem vistoriadas e seja emitido o laudo técnico atestando a viabilidade de ocupação das casas. Ele também não descartou a possibilidade de demolição das residências localizadas nas áreas interditadas. Muitas residências não tiveram a estrutura afetada, mas o entorno está comprometido. Há desmoronamento de barranco todo dia que fragiliza ainda mais o solo. Com o solo comprometido, a casa também fica comprometida. Se o solo ceder a edificação não fica em pé. Tem também o risco da casa do lado desabar e comprometer a residência vizinha, adianta.
Todas essas questões têm que ser levada em conta, de acordo com o que afirmou o técnico da Defesa Civil, daí não estar descartada a demolição. Se for preciso chegar a esse caso extremo, deverá ser assegurada às famílias afetadas toda a estrutura necessária para que elas possam recomeçar suas vidas em outro local. A Defesa Civil ainda trabalha no levantamento para saber quantos imóveis existem na área interditada.
Natanael Moura revela que todo ano a Defesa Civil interdita temporariamente a área por 90 dias, por causa da elevação do nível do Madeira no período do Inverno. Mas essa será a primeira vez que o bloqueio será por tempo indeterminado. É de praxe haver a interdição, mas não com essa de agora. É uma situação tão atípica, que o rio está há três metros acima do nível registra nesse mesmo período no ano passado, frisou.
O local lembra uma cidade-fantasma, com casas destruídas, outras na iminência de desmoronar, solo com grandes fissuras que aumentam a cada dia por causa da infiltração dos canos estourados da rede de abastecimento de água da Caerd. Andar pela área só a pé. Veículos não conseguem mais trafegar pelo que antes era uma rua.
Parte do trilho do patrimônio histórico da estrada de ferro Madeira-Mamoré, cede junto com o solo. Grande extensão da fissura passa por debaixo do trilho, o que agrava mais a situação. Não fosse as famílias resistentes, o local estaria abandonado nesse cenário de destruição, provocada por uma tragédia natural. A maior enchente do rio madeira já registrada na história de Porto Velho.
Resistência
Os moradores que retornaram a suas casas afirmam que o solo está cedendo por dia cerca de 60 centímetros. Alguns chegaram a elevar o piso, mas o desnível fica mais acentuado a cada dia, porque o solo não para de ceder por causa dos constantes desmoronamentos. Mas entre ficar sem ter onde morar e conviver com o risco iminente, eles preferem a segunda opção.
Morador do Triângulo há 64 anos, José Lopes da Silva, de 70 anos, disse que nunca tinha vista nada igual ao que acontece agora no bairro. Ele lembra que já viveu várias enchentes do rio Madeira ao longo de sua vida, mas nenhuma fez o estrago que a cheia deste ano fez. Ele é um dos moradores que retornou ao local onde morava antes da casa ser invadida pela enchente e afirma que vai permanecer no local. Não tenho onde morar, não tenho como pagar aluguel, então vou ficar por aqui. Não tem outra solução, afirma. Viúvo, José Silva mora na casa de dona Marina Martins Costa, 61 anos, que teve a casa coberta pela água até próximo ao telhado cerca de três metros. Ela sobrevivia de uma lojinha de venda de confecções que tinha em casa. Agora, ela depende só da aposentadoria.
Na casa moram quatro pessoas. Ela, a filha o genro e o viúvo José Silva. Depois da enchente, tudo ficou mais difícil, segundo afirmou. Ela reconhece o risco que corre, porém é firme em dizer que prefere ficar. Eu sei do perigo, mas entreguei tudo na mão de Deus. É muito triste ver o patrimônio construído ao de sua vida ser perdido de uma hora para outra. Só Deus mesmo para nos livrar desse sofrimento, lamenta.
Genésio Silva Mendes, 39 anos, é outro que preferiu arriscar enquanto ele afirma ser possível permanecer dentro da casa onde mora ele, a esposa e os três filhos, o menor com dois anos, o do meio com quase quatro anos e o mais velho, com sete. Enfrente a casa, o solo continua cedendo, mas a exemplo dos demais moradores, ele e a família preferem arriscar e permanecer no local. Não tenho como pagar aluguel, vivo de um flutuante que tenho aqui no rio. Não tenho outra casa, então foi ficar por aqui e ver o que acontece. Quem está aqui de volta, retornou porque tem precisão. Ninguém está aqui porque quer. A gente sabe dos riscos. Tem noite que não consigo dormir direito e fico monitorando para ver se o solo está cedendo. Mas eu não tenho para onde ir, afirma.