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Presidente do TJ recebe áudios e revela perplexidade com a ação de delegados da extinta Draco
Quinta-feira, 07 Novembro de 2019 - 13:20 | da Redação
O presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, Walter Waltemberg, considerou graves os diálogos vazados de um grupo de WhatsApp dos delegados da extinta DRACO/Cacoal com conteúdo de ações intimidatórias e criminosas contra autoridades e instituições. O desembargador recebeu todas as conversas que estavam em poder do jornalista Alessandro Lubiana, um dos âncoras do programa A Hora do Povo, na manhã desta quinta-feira na sede do TJ. O teor dos áudios também foi disponibilizado ao Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública para procedimentos investigatórios.
Lubiana resolveu compartilhar o material por temer pela sua integridade física já que recebeu ameaças no centro de Porto Velho e por querer a elucidação dos fatos apresentados pelos delegados afastados da DRACO de Cacoal. O que deixou o presidente do Tribunal de Justiça perplexo foi a denunciada armação, feita pelos agentes públicos para levar ao erro o desembargador Oudivanil de Marins, que acatou pedido de medidas cautelares na Operação Pau Oco II como prisões e busca e apreensões em alvos indicados pela DRACO. Em uma das conversas, os interlocutores falam do temor do ex-governador Daniel Pereira descobrir a armação e pedir uma indenização milionária ao Estado de Rondônia regressiva a todo o grupo.
O presidente do TJ recebeu os conteúdos e prometeu encaminhar para os órgãos de inteligência da Corte para realização de um trabalho em conjunto com o Ministério Público. No caso do desembargador Oudivanil de Marins, a situação se agrava porque uma servidora de nome Gisele antecipou a autorização da Operação Pau Oco II um dia antes aos delegados.
Entenda o caso
Conforme apurou o Rondoniagora, o delegado dá a entender que houve a transcrição falsa de um áudio levada aos autos para incriminar o ex-governador Daniel Pereira. Na época, a Polícia Civil divulgou aos veículos de comunicação que Daniel Pereira estaria com mandado de prisão, quando na verdade se tratava de busca e apreensão em sua residência. O ex-governador reclamou da forma grosseira, desmedida e mal-educada como ele, esposa e filhos foram tratados pelos agentes em sua casa. “Em tese estamos induzindo o magistrado sobre a existência de uma Orcrim. Esse áudio, de setembro, da data em que ele foi juntado pra frente o que não tinha, já vai perder, inclusive o resultado das buscas, das coisas em relação ao Daniel, porque ele foi usado para incluir o Daniel, inclusive”, revelou um delegado ao interlocutor do áudio atribuído a Júlio Cesar, um dos coordenadores da operação.