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Rio Madeira está a 15 centímetros da cota de alerta e famílias de seis bairros podem ser desabrigadas

Sexta-feira, 12 Janeiro de 2018 - 10:50 | da Redação


Rio Madeira está a 15 centímetros da cota de alerta e famílias de seis bairros podem ser desabrigadas

O nível do Rio Madeira, em Porto Velho, chegou a 13,85 metros no início da manhã desta sexta-feira (12), de acordo com o sistema de monitoramento da Agência Nacional de Água (ANA). Segundo a Defesa Civil Municipal (DCM), a preocupação é que aconteça nova enchente como a que ocorreu em 2014, já que a cota está um metro a mais que a registrada no mesmo período daquele ano. Para ser decretado estado de alerta, quando o nível chega a 14 metros, faltam apenas 15 centímetros.

Ainda conforme a Defesa Civil de Porto Velho, o constante aumento já colocou em alerta todo o sistema de monitoramento e acompanhamento do órgão, por conta das fortes chuvas que continuam caindo nos rios Beni e Madre de Dios, que deságuam no Madeira. Na capital, seis bairros estão em áreas consideradas de risco e famílias podem ser desabrigadas como rio chegando a 14 metros, a cota de alerta.

“Como o nível do rio está chegando nos 14 metros, nós estamos monitorando os bairros Baixa União, Triângulo, São Sebastião, Nacional, Balsa e Vila Candelária porque se continuar aumentando, semana que vem o rio pode começar a transbordar e nós teremos que retirar as famílias dessas áreas de risco”, admite o coordenador da DCM, Marcelo Santos.

Ainda conforme o diretor, mesmo com os números indicando cheia, ainda é cedo para falar se será semelhante a enchente histórica. “Nós estamos preparados para o pior. Porém, ainda é muito cedo para afirmar se pode ou não ocorrer uma cheia igualmente a de 2014 quando o nível do Rio Madeira chegou a 19 metros. Sabemos que vai acontecer uma cheia, mas não sabemos a proporção. E nós da Defesa Civil, juntamente com a prefeitura, estamos trabalhando preventivamente com o plano de contingência em relação a uma possível inundação”, garante.

Para o engenheiro hidrólogo do Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) Hérculys Castro, a atual cota do rio é uma das maiores já registradas e, assim como o diretor da Defesa Civil, ele garante que não tem como prever uma nova enchente. “Já houve anos em que registramos níveis semelhantes ao atual, mas que no fim não se concretizou em inundação. E houve anos em que não registramos níveis dessa magnitude nessa época do ano, mas que acabaram resultando em inundação. Essa cota de alerta da Defesa Civil já ocorreu em de mais de 50% do tempo, segundo nossos monitoramentos, ou seja, isso se configura como um evento corriqueiro, não é um evento extremo. Nos últimos 11 anos esse evento já ocorreu em 10 anos, com exceção do ano passado. Portanto, faz dez anos que a Defesa Civil decreta cota de alerta”, afirma o engenheiro.

Rio Madeira está a 15 centímetros da cota de alerta e famílias de seis bairros podem ser desabrigadas

Ainda conforme Hérculys, uma nova cheia no Rio Madeira dependerá dos volumes nos rios Beni (Bolívia) e rio Mamoré. Estes estando cheios, as chances de uma nova inundação, semelhante a de 2014, poderá se repetir. “A CPRM, em conjunto com a ANA, possui pontos de monitoramento em rios importantes da região que formam o Madeira, e com a ajuda de equipamentos realizamos um monitoramento de 15 em 15 minutos, além do monitoramento das chuvas. Com base nisso, conseguimos prever um aumento no nível do rio e qual a magnitude disso”, afirma Herculys ressaltando que a conta de transbordamento do rio é de 17 metros.

Baixo Madeira
O Baixo Madeira também está sendo monitorado. Segundo a Defesa Civil de Porto Velho, nesta sexta-feira será feita uma visita aos distritos de São Carlos, Calama e Nazaré para fazer um levantamento da situação atual de cada localidade. “Isso é pra gente prever ações de respostas para esses distritos. Fazendo um comparativo, em relação ao ano de 2014, nessa mesma época o nível do rio estava em torno de um metro de diferença para os níveis atuais. Já em relação ao ano passado, o nível do rio está acima mais de quatro metros, mas isso porque tivemos uma vazante deixando o rio nos 16 metros. E nós estamos preparados para entrar em ação tanto na capital quanto no Baixo Madeira”, afirma Marcelo.

Emergências
Agentes da Defesa Civil orientam que em caso de inundação, ou as casas sejam atingidas muito rápidas, que acionem o órgão pelo disque 199 ou 3901-3020. No entanto, Marcelo pede que os moradores ribeirinhos que já estão com a água próxima de casa, que acionem o órgão, caso precisem de ajude na questão de logística.

Acre isolado
A cheia do Rio Madeira pode ainda isolar o estado do Acre, pois a única via terrestre de ligação é a BR-364. Nesta quinta-feira, equipes do Dnit e do Consórcio Jirau seguiram para o quilômetro 871.

Imagens aéreas, realizadas por drone na quarta-feira (10) e disponibilizadas ao RONDONIAGORA pelo internauta Rafael Dias, mostram a dimensão da cheia de trecho rondoniense da BR-364, na antiga localidade Mutum Paraná, a cerca de 200 quilômetros no sentido Acre.

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