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Senadores vistoriam construção da usina Belo Monte, no Pará

Sexta-feira, 05 Abril de 2013 - 13:01 | Senado


Os senadores da Sub-Comissão de Belo Monte,da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal, Delcídio Amaral (presidente), Ivo Cassol (relator), Flexa Ribeiro, Waldir Raupp e Blairo Maggi (membros) visitaram nesta quinta e sexta-feira os canteiros das obras da usina de Belo Monte, em Altamira, no estado do Pará, retornando ao local um ano após a primeira visita.



Os senadores chegaram a Altamira sob chuva, o que causou um atraso de duas horas no cronograma da visita, e iniciaram a visita ao aterro sanitário (lixão) de Altamira onde constataram um grande problema causado pela explosão demográfica do município em virtude das obras: mesmo com um projeto inovador no sistema de coleta implantado pela prefeitura em parceria com o consórcio construtor da usina, o problema piora a cada dia, pois a cidade produz 150 toneladas de lixo e o aterro tem capacidade para compactar 100 toneladas/dia. Resultado: todo excedente fica ao ar livre, causando uma série de problemas ambientais.

O senador Ivo Cassol interpelou os responsáveis pela construção da usina sobre as contrapartidas previstas no contrato de construção, especialmente o hospital municipal. “Nós visitamos no ano passado o hospital de Altamira, que estava caindo aos pedaços e não tinha as mínimas condições de atendimento aos pacientes. Nos informaram que um novo hospital seria construído, mas até agora não tem sequer o projeto. Desse jeito a população é quem está sofrendo as conseqüências da superlotação e da falta de leitos”, declarou aos repórteres presentes durante a visita cobrando providências tanto do prefeito quanto dos responsáveis pela obra.

Distante cerca de 50 quilômetros da cidade de Altamira, o gigantesco canteiro de obras de Belo Monte foi a segunda parada da comitiva. Os senadores visitaram o canteiro onde estão sendo construídas 400 casas para os trabalhadores e os ribeirinhos que serão desalojados quando a usina entrar em funcionamento, além do mirante, de onde se tem uma ampla vista da barragem. Lá ouviram explicações técnicas dos engenheiros, assistiram um vídeo explicativo e almoçaram no refeitório junto com os trabalhadores. Em seguida foram ao canteiro de Pimental, onde uma segunda parte da usina está sendo erguida, e onde um gigantesco canal de desvio do rio Xingu, com mais de 25 quilômetros de comprimento e 250 metros de largura está sendo construído e encontra-se com 80% concluído.

Já era noite quando os senadores regressaram à Altamira para uma audiência pública com a população, onde ouviram os questionamentos de lideranças locais e principalmente reclamações sobre a não realização das obras tidas como prioritárias na contrapartida, como o novo hospital municipal. Mais uma vez o senador Ivo Casso, criticou o não cumprimento das obras que deveriam ter sido feitas ao longo do ano que passou, e destacou a falta de iniciativa das autoridades locais, que deixaram de aproveitar 150 mil metros cúbicos de madeira retirada do local da obra e que desde o ano passado estão empilhadas às margens das estradas que levam ao canteiro principal. “É um absurdo que o IBAMA autorize a retirada e não permita a exploração dessa madeira, aqui tem o suficiente para 10 anos de trabalho de uma dúzia de madeireiras que poderiam estar gerando emprego e renda para o município”, disse Cassol.

Na manhã desta sexta-feira os senadores fizeram um vôo panorâmico sobre a gigantesca obra, que tem quase o tamanho das usinas de Santo Antônio e Jirau (no rio Madeira) juntas, em termos de geração de energia.

A comissão retornou à Brasília e um relatório de vistoria será elaborado pela comissão para cobrar as responsabilidades pelas falhas encontradas, uma vez que Belo Monte, por ser uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) possui financiamento federal, estando sujeita a fiscalização das agências reguladoras, órgãos fiscalizadores e parlamentares federais.
Rondoniagora.com

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