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Três irmãos vivem drama e angústia à espera de adoção em abrigo de Vilhena

Quarta-feira, 04 Setembro de 2013 - 10:36 | Folha do Sul On Line


Há mais de dois anos morando no Abrigo de Menores de Vilhena, entidade que acolhe crianças e adolescentes em situação de risco, três irmãos vivem um drama que se torna maior a cada dia: as duas meninas, de 4 e 6 anos, e o menino de 3, que foram retirados da convivência com a família em virtude da negligência dos pais, esperam ansiosos a chance de receber carinho.



Para os três irmãos, brancos e saudáveis, apesar do trauma decorrente do abandono, o tempo é crucial: as chances de encontrar uma nova família diminuem à medida que eles crescem. Apesar da situação, são crianças alegres e que convivem bem entre si.

O Folha do Sul on Line entrevistou por telefone a juíza Sandra Beatriz Merenda, titular da Vara da Infância e da Juventude em Vilhena e responsável pelo abrigo. Ele expôs as poucas condições impostas a quem quiser adotar os irmãos e explicou cada uma delas: os interessados devem ter no máximo 45 anos, dispor de condição financeira estável e a mãe não pode trabalhar fora.

A magistrada disse que a idade dos pais adotivos é levada em conta porque quando as crianças estiverem na adolescência, os responsáveis precisam ter em condições de lhes dar atenção. A situação financeira também é importante, em virtude das despesas para manter o trio. Por último, Sandra recomenda que a mãe disponha de tempo para dar atenção às crianças pelo menos nos dois primeiros anos. “Eles passaram por muita coisa e, por isso, precisam de alguém em tempo integral para ajudá-los a superar o trauma do abandono”.

A juíza tem tentado encontrar interessados no cadastro das pessoas que se inscreveram para adotar, mas admite que no caso dos irmãos a situação é mais complicada, porque ela não quer quebrar o vínculo entre eles. “Os três devem ficar na mesma família”, explica, revelando que mesmo desmembrando o grupo não apareceram interessados na cidade.

A magistrada diz que os interessados na adoção dos menores devem fazer o primeiro contato com a Vara da Infância e da Juventude. Em seguida, os candidatos a pais poderão visitar os irmãos no abrigo. Mas Sandra Merenda deixa claro que somente os potenciais adotantes poderão fazer as visitas. “Queremos evitar os curiosos. Essas crianças não são mercadorias em exposição numa prateleira. São seres humanos, que precisam de um novo lar, onde encontrem carinho e atenção”.

A primeira tentativa de encaminhar a garotada na própria ainda não deu certo por falta de interessados. A próxima fase será o contato com os cadastrados em todo o país e, por último, os interessados de outros países. “Mas eu gostaria de evitar essa última alternativa, pois entendo que os irmãos sofreriam muito tendo que se adaptar a outra cultura”, argumenta a juíza.
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