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Triagem e controle na coleta garantem segurança para doação de sangue, explica hematologista
Sexta-feira, 23 Fevereiro de 2018 - 08:26 | da Redação
Doar sangue é um gesto de amor e que salva vida. No entanto, esse procedimento exige cuidados para que a saúde do doador seja preservada, assim como o material coletado. Os procedimentos vão desde a exigência para estar apto para a doação como o tempo entre uma coleta e outra. Segundo a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron), toda a equipe segue procedimentos recomendados pelo Ministério da Saúde (MS).
A hematologista Daniele Fontes explica que antes de ser coletado o sangue, o doador passa por uma triagem. “Se ela for um doador frequente, nós já temos uns dados referentes a essa pessoa, principalmente o resultado de sorologia que é realizado, entre outros exames de praxe. Em caso de sorologia positiva, o doador é encaminhado para uma avaliação que chamamos de segunda mão e ele já não vai para a doação. Agora, se tiver tudo certo, ele vai para a pré-triagem onde é medido o peso, altura, feito o exame para ver se não está com anemia e entre outros exames que são realizados. Se mais uma vez estiver todo certo, ele então segue para a triagem”, explica.
Durante a triagem são feitas várias perguntas e é importante que o doador seja sincero nas respostas. “A gente sempre pede que a pessoa seja a mais sincera possível na hora de responder, afinal esse sangue vai para os pacientes que estão precisando e tem que ser de melhor qualidade. Existe um voto de autoexclusão que, se o doador a partir das perguntas que foram feitas, sentir vergonha de responder para o entrevistador e ele julgar que o sangue dele não é confiável, ele insere o voto de exclusão na urna e é descartado”, esclarece Daniele Fontes.
O doador que fiz alguma cirurgia recente, está amamentando, fez endoscopia em menos de seis meses, está tomando algum tipo de remédio ou possui alguma doença de autoimune, não pode doar sangue naquele momento.
Doenças endêmicas x doação
Sobre o prazo para doar sangue após ser diagnosticado com alguma doença endêmica da Região Amazônica, Daniele destaca que no caso de malária, exatamente por ser endêmica,“obrigatoriamente é feita uma lâmina em todas as bolsas. Em outras regiões, se a pessoa veio de uma região endêmica, por exemplo, a pessoa tem que esperar um prazo de até 30 dias para poder doar. No caso de dengue e chikungunya, o prazo para doação é de pelo menos três meses após sarar da doença e, dependendo da gravidade, chega até um ano. Já no caso da malária geralmente o prazo é de 1 a 3 meses”, destaca Fontes.
Segurança na doação
Para o paciente que está recebendo o sangue, os riscos de ser contaminado com alguma doença é bem pequeno. “Nós consideramos segura a transfusão de sangue para o paciente por causa da bateria de exames que é feita antes de ser doado. Só que sabemos que existem os riscos porque a pessoa pode mentir na hora da triagem, e por isso que quando o médico prescreve, ele pesa sempre o risco e benefício, mas hoje em dia o risco de contaminação é bem menor”, garante a hematologista.
Todos os sangues coletados são armazenados se forma rigorosa. “O sangue é processado, centrifugado e depois separado, porque o sangue pode ser dividido para três pessoas. Então, a gente faz a separação em bolsas e tem toda uma análise que é feita visualmente, tem o controle de qualidade e eles ficam sempre armazenados com uma refrigeração que tem o controle de temperatura em todos os freezers”, finaliza.
Para se tornar um doador de sangue, é necessário que a pessoa apresente as seguintes características:
Tenha entre 16 e 69 anos; (jovens de 16 e 17 anos precisam de autorização formal do responsável ou representante legal.)
Pese mais de 50 quilos;
Não esteja grávida;
Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação);
Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas);
Estar em boas condições de saúde;
Não seja Epilético;
Tenha doado sangue há mais de 60 dias (homem) ou 90 dias (mulher);
Tenha dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (carteira de identidade, cartão de identidade de profissional liberal, carteira de trabalho e previdência social).