A ascensão do mercado de jogos eletrônicos no Brasil

A cada ano que passa, o mundo corporativo mostra que os mercados estão sempre de olho nas grandes oportunidades. Na década de 1990, por exemplo, o surf virou tendência e surgiram diversas empresas que apostaram nesse segmento e tiveram sucesso. Nos anos 2000, foi a vez foi do skate. Agora, tudo indica que o grande escolhido é o universo dos jogos online.

Quando o assunto é games eletrônicos, foi-se o tempo em que jogar videogame era apenas uma brincadeira. E os números podem provar isso. Segundo o estudo O Mercado de Games no Digital, divulgado pela empresa Comscore, o segmento está em forte expansão no Brasil. Já são mais de 84 milhões de usuários ativos, gerando assim um incrível alcance de 70% da população online no país.

Dentre as 29 categorias mais populares analisadas pela Comscore, os games figuram na décima terceira colocação. Porém, quando o assunto é tempo gasto em cada atividade, os jogos online surpreendem ainda mais, ficando na quinta colocação com uma média de 9h mensais de entretenimento nos diversos tipos de dispositivos.

Baseado nesse crescimento, os eSports finalmente chegaram aos holofotes, ganhando até apoio político para seu desenvolvimento. É claro que as grandes empresas, e até times de futebol, não poderiam ficar de fora. Atualmente, o mercado enxerga um grande potencial no mundo gamer, que já conta com eventos gigantescos e competições internacionais transmitidas em grandes veículos de comunicação. 

Brasil Game Show (BGS)

Inaugurada em 2009, a Brasil Game Show marca presença no país a mais de uma década e é considerada como a maior feira de games da América Latina e uma das mais importantes do setor. Somando todas as edições, mais de 2,1 milhões de pessoas já passaram pelo evento que, anualmente, apresenta diversos campeonatos de eSports, áreas temáticas personalizadas e convidados aclamados nesse universo.

Clubes de futebol no eSports

De olho nesse público em expansão, os times de futebol decidiram abraçar de vez a causa e apostaram na criação e investimento nessa modalidade esportiva. A ideia é simples: o gamer, além de apaixonado, não apenas joga, mas também consome muito.

Enxergando uma grande oportunidade de mercado, equipes como Flamengo, Santos, Corinthians, Cruzeiro, Vasco, Athletico Paranaense, Fortaleza e Ceará criaram equipes que competem em diferentes games, como Free Fire, Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), League of Legends (LoL) e Fifa.  

Diversidade nos jogos virtuais

Engana-se quem pensa que com a profissionalização dos jogos virtuais o tema ficaria esquecido pelo público mais “underground”. Muito pelo contrário. Os videogames ainda são para todos os gostos e englobam diferentes tipos de público e gêneros, graças aos avanços tecnológicos.

Os famosos jogos de cassino, por exemplo, se destacam dentro desse universo virtual. Esse mercado conta com uma grande diversidade de websites onde é possível jogar uma partida de blackjack online ou acessar tutoriais antes mesmo de começar.

Para os mais tradicionais, consoles como Super Nintendo, Sega Saturn e Playstation 1, que contam com jogos clássicos como o Super Mario World, Sonic e Resident Evil, seguem sendo uma excelente opção. Já a nova geração pode se deslumbrar em um universo infinito de jogos inspirados no mundo real, com jogabilidade incrível e gráficos dignos de filmes produzidos em Hollywood.

Futuro em expansão

Já está mais do que comprovado que os jogos eletrônicos evoluíram e se transformaram em um negócio de gente grande. Esse nicho atraí cada vez mais o mercado, que trabalha com infinitas possibilidades para seu desenvolvimento nos próximos anos.

Uma das principais novidades é o uso da realidade aumentada nos games, tecnologia que mescla o mundo real e o virtual com computação gráfica, que em 2016 ganhou enorme destaque com Pokemón GO. Desenvolvido pela Nintendo para dispositivos móveis, o jogo virou febre e movimentou multidões pelas ruas no mundo todo em busca dos personagens digitais.

Atualmente, a indústria dos games virtuais está sendo amplamente estudada e aprimorada por grandes companhias, que já desenvolvem óculos e máscaras virtuais, por exemplo, e prometem muitas novidades em um futuro não tão distante.