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Com a retomada da circulação de veículos, seguro de carros usados sobe até 20%
Quinta-feira, 17 Fevereiro de 2022 - 07:40 | da Redação
A construção do preço de um produto ou serviço não é nada simples e, para a sua formação, é preciso levar em conta muitos fatores, como o custo de produção, salários, lucro, etc. No caso do mercado dos seguros, a questão fica um pouco mais complexa pois, além do todos os anteriores, é necessário considerar aspectos como possibilidade de ocorrência de sinistros, características que aumentam ou diminuem o risco, e a variação do valor de outros produtos (carros 0km, pecas de reposicao, etc.), entre outros.
Contar com um seguro para o carro é fundamental para ficar protegido de riscos e acidentes e evitar maiores despesas depois mas, na verdade, os últimos meses têm sido desmotivantes na hora da contratação por causa dos preços. É claro que com a inflação atual do Brasil, que em 2021 registrou um acumulado de 10,6% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), era de se esperar incrementos, só que eles foram bem superiores do que a subida geral dos preços.
Em alguns casos, as taxas das novas apólices registraram incrementos de até 20% dependendo do tipo de cobertura e modelo do carro a ser segurado. É claro que estas mudanças têm gerado desconforto nos consumidores, especialmente após as diversas quedas nos preços causadas pela chegada da pandemia do Covid-19.
Quando analisados os motivos dos incrementos, um dos aspectos mais relevantes é a retomada da circulação de veículos nas ruas e estradas após meses de limitações como prevenção dos contágios.
Mas, o que isso tem a ver com o valor do seguro? Muito. Por uma parte, com as pessoas ficando em casa, e ainda trabalhando e estudando nela, foram muitos os que consideraram que contar com um seguro para o carro não valia a pena, e deixar de pagar ele era mais um mecanismo para salvar dinheiro numa época em que o orçamento familiar começou a ficar mais apertado. Já na hora de “voltar à normalidade”, o crescimento na procura deste serviço naturalmente aquece o seu preço, pela conhecida lei da oferta e demanda. Pela outra, o incremento na circulação de carros aumenta a possibilidade de um sinistro acontecer, principalmente nas grandes cidades. Por exemplo, apenas no estado de Rondonia, 184.726 acidentes de trânsito foram registrados em 2021, o que equivale a 506 acidentes por dia e um crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior. Para as seguradoras, essas estatísticas significam um aumento nas possibilidades de ocorrência de algum tipo de sinistro por parte dos seus segurados, e de ter que indenizar eles. O aumento no risco, no mercado de seguros, é traduzido em incremento no preço da apólice.
É claro que a retomada da circulação não é o único fator neste cenário. O cálculo das seguradoras também está fortemente ligado à cotação dos carros no mercado. Assim, sendo que os modelos usados registraram um incremento de 34% no valor deles, era só questão de tempo para que as companhias repassassem a variação para os seus segurados.
De acordo com os representantes do setor, os próximos meses serão de maior tranquilidade nos valores para evitar uma onda de afastamento dos consumidores.