Nacional
Empresário recebe PF a tiros em Manaus, diz subprocuradora; secretário está foragido
Quarta-feira, 02 Junho de 2021 - 08:56 | Do Amazonasatual
MANAUS – A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou, no início da sessão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) desta quarta-feira, em Brasília, que os policiais federais que cumpriram os mandados judiciais na quarta fase da Operação Sangria foram recebidos a tiros pelo empresário Nilton Costa Lins Júnior, filho do professor Nilton Lins, já falecido. A Polícia Federal não confirmou a informação.
“Hoje pela manhã, nós tivemos uma operação na cidade de Manaus em relação aquela operação que o ministro Francisco Falcão é o relator (…) e teve um incidente bastante sério. Eu queria comunicar à corte em razão de, no cumprimento de um mandado de busca, determinado pelo ministro Francisco Falcão, que é o relator, a polícia federal foi recebida a filho do Nilton Lins. Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa em Manaus”, disse Lindôra.
Araújo também informou que o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, está foragido. “Também temos um foragido que é o secretário Marcellus Campelo. (…) Então, só queria deixar isso comunicado, tendo em vista que foi uma operação de busca e apreensão e também prisões. Como ocorreu pela manhã e houve um tiroteio, é a primeira vez que eu, em 30 anos, vi ocorrer alguém receber numa busca e apreensão”, disse Lindôra.
A informação foi dada aos ministros no início da sessão que irá julgar se recebe a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o governador, ex-secretários e empresários por supostas fraudes na compra de respiradores.
No julgamento, o ministro Og Fernandes perguntou se houve vítimas no incidente e a subprocuradora negou. “Não. Com a graça de Deus, não. Não houve nenhuma vítima. É que nessa casa eram só policiais federais. Na outra, eram colegas que estavam desarmados. Nessa, a Polícia Federal estava junto e ela estava armada. Nenhuma vítima”, disse Araújo.
O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, lamentou o caso. “As questões judiciárias devem ser resolvidas através dos recursos, dos meios próprios, e não através da violência. Lamentamos e podemos dizer que ficamos tristes. Mas, com certeza, o Poder Judiciário, o relator Francisco Falcão… as providências serão tomadas de forma rígida”, disse o ministro. “Estamos na época do regime democrático de direito”, completou.
A Operação Sangria 4 investiga que investiga formação de organização, fraude em licitações e desvio de verba pública na contratação do Hospital de Campanha Nilton Lins.