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Governo estuda retirada de 40 mil "bois piratas" de área de conservação em Rondônia

Quarta-feira, 17 Setembro de 2008 - 16:44 | Agência Folha


O governo federal planeja a retirada de 40 mil bois "piratas" de uma unidade de conservação em Rondônia. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 25% da área da unidade já foi transformada em pastagem.



A idéia, segundo o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), é que a área já esteja totalmente sem bois até outubro.

Aqueles bovinos só foram negociados após alguns leilões fracassarem, por falta de participantes. À época, o governo federal foi acusado pelo setor pecuarista de cuidar mal dos bois, e rebateu dizendo que os criadores boicotaram a venda.

A idéia, segundo o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), é que a área já esteja totalmente sem bois até outubro.

A Flona (Floresta Nacional) Bom Futuro também é alvo do setor madeireiro. Segundo dados do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), 30 caminhões saem diariamente da unidade de conservação carregados de toras.

Criada em 1988, ela começou a ser ocupada há dez anos. De acordo com o deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO), que foi recebido por Minc para discutir a operação, a situação foi criada por omissão do Estado, que conhecia a existência da comunidade, mas não fez nada para coibir seu crescimento.

Nela existe um pequeno núcleo urbano, com comércio, igrejas e escolas comunitárias. Segundo a legislação ambiental, uma Flona só pode ser usada para extrativismo controlado, visitação e pesquisa.

De acordo com o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), a Bom Futuro, com 32% dos seus 249 mil hectares desmatados, é a unidade de conservação federal vice-líder em devastação dentre as UCs (unidades de conservação) federais.

O ministro disse que gradualmente a população que ocupa a reserva será retirada e encaminhada para outras áreas. Entretanto, o Ibama admite dificuldades para realizar o trabalho.

A operação foi definida após discussões com o governador de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), que, disse Minc, resistiu no início a apoiar o plano.

O governador, por meio da sua assessoria, afirmou que está apenas defendendo os direitos dos moradores do local.
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