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Brasil prioriza criptomoedas no comércio internacional do BRICS

Segunda-feira, 17 Março de 2025 - 12:03 | Redação


Brasil prioriza criptomoedas no comércio internacional do BRICS

O governo brasileiro demonstra cada vez mais interesse em transformar as criptomoedas em uma ferramenta para agilizar e baratear as transações internacionais dentro do BRICS. A pauta ganhou força agora que o Brasil assumiu a presidência do bloco, composto também por China, Índia, África do Sul e Rússia.

Trata-se de um passo importante rumo à descentralização dos pagamentos internacionais e à diminuição da dependência do dólar norte-americano. Para muitos analistas, o investimento em criptomoedas é coerente com a atual tendência de digitalização econômica e crescimento do mercado de ativos digitais.

A própria pauta da implementação de moedas digitais, stablecoins e plataformas de pagamento blockchain já foi mencionada por autoridades do bloco, sinalizando que o Brasil pretende liderar esse debate nos próximos meses.

Brasil à frente do BRICS e o mercado de criptoativos brasileiros

O Brasil assumiu, em 2024, a presidência rotativa do BRICS, sucedendo a Rússia. Esse mandato traz a oportunidade de orientar a agenda econômica do grupo, e a adoção de criptomoedas como meio de troca entre as nações está na lista de prioridades de Brasília. De acordo com fontes governamentais, a meta é propor soluções que permitam transações rápidas, seguras e com menores taxas, reduzindo a burocracia do comércio internacional.

A justificativa brasileira vai além da mera modernização, incluir criptomoedas nas trocas regionais também cria alternativas ao dólar, que historicamente domina as negociações em todo o mundo. Essa redução de dependência é vista por muitos países como um passo importante para fortalecer as moedas locais.

De acordo com dados oficiais do Banco Central, o uso de criptomoedas no país aumentou muito nos últimos anos. Estima-se que mais de 12 milhões de brasileiros tenham algum tipo de investimento em moedas digitais. Esse número deve crescer ainda mais, pois cada vez mais instituições financeiras tradicionais estão oferecendo serviços relacionados a criptoativos.

 Seja para pagamentos ou para investimento, as criptomoedas que podem explodir estão na mira dos brasileiros. O volume de transações envolvendo criptoativos declarados à Receita Federal chegou a ultrapassar R$ 200 bilhões. Esses valores ilustram que o ambiente doméstico já está propício para adotar soluções de blockchain em escala maior.

A confiança dos brasileiros em moedas digitais é um sinal de que, do ponto de vista interno, o país pode liderar a implementação de sistemas de pagamento interligados no âmbito do BRICS.

Inspirações e dificuldades do projeto

Uma coisa que fortalece a posição do Brasil nesse debate é o sucesso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado em 2020 pelo Banco Central. O Pix se tornou o principal meio de transferência de valores no país em tempo recorde, com mais de 140 milhões de usuários cadastrados.

Embora seja um sistema atrelado à moeda fiduciária nacional, ele exemplifica como a adoção de uma tecnologia disruptiva pode revolucionar a maneira como as pessoas lidam com dinheiro. Nos bastidores do BRICS, discute-se a possibilidade de criar uma plataforma inspirada no Pix, mas que utilize criptomoedas para facilitar pagamentos e compensações entre os bancos centrais dos países-membros.

Uma solução desse tipo poderia permitir transações em tempo real, com taxas inferiores às dos métodos tradicionais de envio de remessas internacionais. No entanto, cada país do BRICS possui marcos legais distintos para o uso de ativos digitais, e alinhar todos os regulamentos é uma tarefa complexa.

A Índia, por exemplo, tem regras mais restritivas para a negociação de criptomoedas, enquanto a Rússia sofre sanções internacionais, o que pode dificultar a integração de um sistema de pagamentos com criptoativos. Há ainda a preocupação com questões de segurança, visto que transações blockchain, embora rastreáveis, podem ser utilizadas para atividades ilícitas.

Isso, claro, se não houver mecanismos de prevenção de fraude e lavagem de dinheiro. Os países do BRICS precisarão estabelecer padrões comuns de governança para garantir a credibilidade e estabilidade do sistema. Mas a discussão sobre a adoção de criptomoedas pelo BRICS não acontece em um vácuo.

Potências estrangeiras observam com atenção, já que a criação de um ecossistema financeiro que reduza a influência do dólar pode ter um grande impacto na geopolítica global. Autoridades norte-americanas, em especial, demonstram preocupação com a aceleração de iniciativas que visem substituir gradualmente o dólar como principal moeda de reserva e transação internacional.

Por outro lado, há economistas que defendem que o fortalecimento de moedas locais e de criptoativos em blocos econômicos emergentes pode trazer maior equilíbrio ao sistema financeiro mundial. Nesse caso, o Brasil é um protagonista, sinalizando que pretende assumir a dianteira na implementação de soluções que aliem inovação tecnológica e soberania monetária.

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