Polícia
ACUSADOS DA OPERAÇÃO TERMÓPILAS TÊM CONDENAÇÕES CONFIRMADAS PELO TJ
Sexta-feira, 13 Março de 2015 - 16:43 | TJ-RO

No caso de Rômulo da Silva Lopes, condenado por tráfico de influência pela 2ª Vara Criminal de Porto Velho, a própria confissão obtida mediante delação premiada enriquece o conjunto probatório. Em depoimento, confirmou que usava seu cargo como assessor especial da Sejus para tramitar processos de interesse da empresa Maq-Service, contratada pela Secretaria de Saúde, obtento com isso vantagens pessoais e até valores em dinheiro (propina). Confirmou, inclusive, que o dinheiro pago foi transportado na cueca por comparsas da organização criminosa.
Na fase processual, Rômulo voltou atrás argumentando que a versão dada à autoridade policial foi motivada pelo fato de estar preso e temer a reação de policiais e agentes penitenciários. O desembargador, em seu voto, não viu razão para desconsiderar o depoimento, pois demonstrou ser coerente com os demais elementos e ainda com riqueza de detalhes que evidenciam a ocorrência do crime na forma captada pela gravação ambiental.
Diante disso, o relator votou pela manutenção da pena de dois anos e meio de reclusão e 25 dias-multa, com valor unitário de 1000 reais. Os demais desembargadores acompanharam o voto.
Duas apelações, um acusado
Já José Milton de Souza Brilhante, acusado por improbidade administrativa, interpôs duas apelações, em ambas o provimento foi negado. Na primeira delas, o fato criminoso refere-se ao pedido de emprego para seu filho, Alexandre Brilhante, utilizando para isso sua posição privilegiada como assessor na Secretaria de Saúde. Na segunda, a sua função estratégica na Sesau é utilizada como moeda de troca para obter favores ao grupo criminoso encabeçado por Valter Araújo, no sentido de empregar a sua irmã.
A toda evidência, houve mácula ao dever de lealdade, pois, não há dúvida, houve incontestável comércio de função pública, fato que iniludivelmente caracteriza, como acertadamente reconheceu o juízo de piso, atuar em descompasso com o artigo 11, da lei de improbidade administrativa, reconheceu o desembargador, em seu voto.
Gilberto Barbosa manteve as condenações de multa civil (cinco vezes a remuneração que recebia na época dos fatos) em ambas apelações. Acolheu ainda o recurso do ministério público para suspender por cinco anos os direitos políticos do acusado. Os votos também foram acompanhados pelos demais desembargadores.