Polícia
Diretora de posto de saúde em Triunfo foi morta porque marido não aceitava separação, diz delegada
Quarta-feira, 05 Setembro de 2018 - 09:38 | da Redação
Uma série de fatores levaram a morte a Polícia Civil de Candeias do Jamari a concluir que Erivaldo Resende de Meireles, 51 anos, foi o assassino de Edna Braz Nobrega de Lima, de 44 anos, que era diretora do posto de saúde de Triunfo e foi morta com um tiro na cabeça no dia 16 de julho deste ano. Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (5), a delegada Keity Mota Soares esclarece que trata-se de um crime de feminicídio, já que o acusado é ex-marido da vítima e não aceitava a separação.
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Erivaldo foi preso preventivamente na terça-feira (4). As circunstâncias como horário, local onde estava levou a polícia a concluir que não há outros suspeitos. “Uma série de fatores que nos fizeram chegar a essa autoria. Logo de início havia suspeita de outras situações como morte encomenda e latrocínio, mas que foram sendo descartadas. No primeiro dia ele foi ouvido, mas havia poucas provas, mas ele já era um dos suspeitos. E a versão que ele apresentou a época não se sustentou”, afirma a delegada.
Keity Mota destaca que o acusado contou, ao ser ouvido logo após o crime, que não chegou nem a ouvir os tiros e disse que estava no curral. No entanto, entre o curral e o local do crime não há cerca de 200 metros de distância, o que, segundo a polícia, seria suficiente para ouvir o barulho. “Mas, na versão dele, se ele ouvisse, ele teria que resgatá-la já que ela ficou agonizando por mais de 15 minutos”.
“É um feminicídio!”, garante a delegada, uma vez que várias testemunhas ouvidas contaram que Edna queria se separar, vinha sofrendo ameaças, mas Erivaldo não admitia a possibilidade e dizia que ela só sairia de perto dele dentro de um caixão, além de ter adquirido um revólver calibre 38, o mesmo que foi usado para matá-la.
“Quando ele deu os dois tiros, a arma estava encostada na cabeça dela. Não teve nenhum espaço entre a cabeça e o revólver, mas ela sobreviveu, não a tempo de nos dizer quem era, mas as testemunhas puderam nos passar o cenário que ela estava vivendo”, garante Keity.
Ainda segundo a delegada, o criminoso teria se certificado que a filha e o genro fossem embora na frente, ele se posicionou em um local e teria surpreendido Edna. O vidro do carro dela estava abaixado, o que fez a polícia concluir que ela parou para alguém conhecido. Também, o celular dela, onde estavam as mensagens ameaçadoras desapareceu.
Quanto às ameaças, Edna não chegou a registrar ocorrência contra o marido com medo da reação dos filhos, mas relatava no ambiente de trabalho que sentia-se reprimida. “Todo tempo ele nega. E hoje, ele diz que o real assassino estaria até feliz”, diz a delegado ao ser questionada se ele teria confessado o assassinato. Ela destaca que durante as buscas na casa do casal, foram encontradas munições calibre 38, da mesma natureza das utilizadas na morte da Edna. Elas estavam escondidas no curral.
“A única coisa que está faltando é uma reconstituição simulada e em 10 dias será finalizado”, garante a delegado que oferecerá denúncia ao Ministério Público para que o acusado seja levado a julgamento.
Como orientação a mulheres que também convivem com relacionamentos abusivos, Keity Mota diz que o ideal é pedir ajuda. “Eu acredito que uma infelicidade dessa serviria como exemplo para as mulheres tomarem atitude. Se estão sofrendo violência, pedir medida protetiva, registrar uma ocorrência, se afastar desse agressor, porque os graus de violência vão aumentando. E Edna até temia, mas ela desacreditou que o marido poderia fazer isso”.