Polícia
Menino Alfredo Alves foi jogado vivo dentro de poço de 10 metros, diz delegado
Terça-feira, 30 Abril de 2024 - 10:06 | Redação
Após exames periciais detalhados, a Polícia Civil concluiu que o menino Alfredo Alves da Silva, de 2 anos e 11 meses, morreu vítima de afogamento, após ser jogado dentro de um poço, localizado em um sítio abandonado, na zona rural do município de Cerejeiras. Vera Lúcia de Castro, madrasta da criança, segue presa, acusada de matar o próprio enteado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Alfredo foi jogado vivo dentro do poço de 10 metros de profundidade e acabou morrendo afogado. De acordo com as investigações o menino não tinha como abrir a tampa do poço, que era de concreto.
O resultado do laudo complementar solicitado pelo delegado responsável pelo caso saiu na semana passada.
Após a localização do corpo da criança, Vera Lúcia foi presa em flagrante. O delegado representou pela prisão preventiva da acusada, que foi deferida pela justiça e ela segue presa preventivamente.
Segundo apurou o RONDONIAGORA, Vera Lúcia foi indiciada por homicídio qualificado, pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e ocultação do cadáver do enteado.
O pai da criança também foi indiciado pelo crime de abandono de incapaz, já que não demonstrava cuidado com o próprio filho e se quer sabia passar informações sobre o desaparecimento da criança na época dos fatos.
Detalhes
De acordo com a Polícia, no dia da localização do corpo da criança, no dia 18 de fevereiro deste ano, os investigadores da Polícia Civil, juntamente com a Polícia Militar, que estavam empenhados para encontrar o pequeno Alfredo, foram até a residência de Vera Lúcia e tiveram uma surpresa. Ela estava ingerindo bebida alcoólica e fazendo churrasco com amigos, como se nada tivesse acontecido, mesmo sabendo do sumiço do enteado.
Presa em flagrante, Vera Lúcia negou o crime, mas foi levada para a delegacia, onde foi ouvida e indiciada pelo crime de homicídio qualificado e ocultação do cadáver do enteado, já que todas as informações colhidas a colocavam na sena do crime.
Segundo o delegado, Vera Lúcia não mostrou nenhum interesse em colaborar com as investigações e muito menos colaborou nas buscas para a localização do enteado.
A acusada chegou a pedir para a irmã mais velha de Alfredo mentir para a Polícia, dizendo que a madrasta teria saído de casa durante o dia e quando retornou não encontrou mais o enteado.
Os policiais descobriram ainda, que todas as vezes que alguém perguntava pelo enteado, Vera Lúcia inventava uma historia diferente. Ela chegou a dizer que a criança estava em outra cidade, no município de Chupinguaia, na casa da sua mãe, o que foi desmentido pela própria mãe da acusada, que não conhecia o menino.
Aos policiais, depois de longa conversa, a irmã mais velha da vítima disse que a madrasta já teria agredido o irmão algumas vezes, como forma de corrigi-lo.
Outro ponto que chamou a atenção dos policiais, é que o pai de Alfredo não conseguia passar informações sobre o desaparecimento do próprio filho, não sabia a data certa do sumiço, alegando que viajava muito, que trabalhava dirigindo um guincho.
O homem disse em depoimento que na primeira vez que perguntou pelo filho, logo após chegar de viagem, Vera Lúcia informou que Alfredo estava dormindo na casa de uma vizinha, mas o pai não foi atrás do filho, não demonstrando cuidado com a criança. Por conta disso, ele vai responder pelo crime de abandono de incapaz, qualificado com resultado morte do próprio filho.
Para os policiais, o pai da vítima relatou ainda, que era comum o filho desaparecer, mas os investigadores conversaram com a irmã de Alfredo e vizinhos da região, que desmentiram a versão apresentada pelo investigado.