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Polícia envia inquérito sobre homicídio no Chico Mendes ao MP como crime latrocínio

Quarta-feira, 07 Dezembro de 2016 - 16:58 | da Redação


Polícia envia inquérito sobre homicídio no Chico Mendes ao MP como crime latrocínio

Os delegados Júlio Cezar de Souza Ferreira e Roberto dos Santos da Silva reuniram a imprensa nesta quarta-feira para anunciar o fim da investigação sobre o homicídio que vitimou o contador Gleysson Batista Campos, que era gerente da unidade do Sicoob UNIJIPR de Ouro Preto do Oeste.

O crime aconteceu na madrugada de 27 de novembro, e apontou João Victor Doenha de Souza (18), Maikssuel de Jesus Souza, o “Siel” (18), Ronaldo Simões da Costa, o “Naldade” (22) e um menor como os autores da execução e do roubo do veículo Toyota Corolla, do celular e pertences da vítima.

Os delegados incluíram os três jovens maiores de idade nos crimes de latrocínio do artigo 157 (roubo seguido de morte) e nos artigos 21 (ocultação de cadáver), 288 (associação para o crime) e 244B (corrupção de menores), cujas penas somadas juntas pode dar até 27 anos de reclusão. Quanto ao adolescente, infelizmente, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ele ficará no máximo 3 anos internado.

De acordo com os delegados, Siel, Naldade e o menor foram os autores da execução da vítima, ao passo que João Victor foi o responsável por atrair a vítima para o local do crime e pelo roubo do veículo que ele e Naldagem conseguiram levar até Nova Mamoré, mas não conseguiram chegar a Guajara-Mirim porque o carro quebrou a barra de direção. O veículo seria trocado por drogas e armas, e não vendido por R$ 50 mil como os jovens criminosos haviam dito no ato da prisão.

No inquérito que segue para a Promotoria de Justiça, o delegado Júlio Cezar descreve que há elementos para afirmar que os indiciados estavam associados, juntamente com o adolescente E.J. para a prática do crime, e que planejaram antecipadamente, assim, há associação criminosa com a participação de adolescente.

O crime foi premeditado, tanto que, os quatro usaram luvas descartáveis para matar Gleysson e jogar o corpo dele nos arbustos em meio a pedras da rampa de saltos de paraglider. Quatro jovens, uma garota e três rapazes, depuseram na delegacia e um deles contou aos delegados que o menor contou com riquezas de detalhes sobre o crime que praticaram, e que tudo havia sido planejado com três dias de antecedência na casa de Siel.

Gleysson era para ser atraído para a morte na noite de sexta-feira, mas como teve que viajar para Porto Velho, o plano macabro dos quatro infratores foi adiado. Porém na noite do crime, João Victor ligou para Gleysson que o apanhou por volta de 23 horas na Avenida Daniel Comboni, em frente à Praça da Liberdade, passaram por uma conveniência, compraram uma garrafa de vodca e seguiram para o morro Chico Mendes. Nesse ínterim, Naldade utilizando a motocicleta do padrasto de João Victor pegava Maikssuel, que já estava com duas facas, e o menor, e ambos seguiram na moto para o mesmo local, e ficaram fumando maconha até a hora de cometer o ato brutal.

João Victor combinou com Naldade de atrair Gleysson para o local do crime insinuando um encontro homoafetivo, e propôs inicialmente que ele e a vítima fossem agredidas, para parecer que era um assalto. No entanto, no momento que João Victor e a vítima estavam num momento íntimo o trio chegou e Naldade e o menor com uma pedra enorme deram vários golpes na cabeça de Gleysson, e Maikssuel deu cinco facadas no pescoço dele. Depois, Naldade, Siel e o menor arrastaram o corpo e jogaram no matagal.

O plano de João Victor era de se passar por vítima juntamente com Gleysson, mas seus comparsas decidiram pela morte da vítima, para que houvesse tempo de chegar com o veículo até a Bolívia.

O delegado finalizou o inquérito relatando que o dolo era de subtração do veículo automotor, e a morte da vítima foi considerada e aprovada desde o início, logo, inegável que se trata de roubo qualificado com resultado de morte, aplicando-se as majorantes pelo concurso de pessoas e pela tentativa de exportação do bem.

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