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Vencedora do prêmio Educador Nota 10 e marido cacique são atacados a tiros em Cacoal

Sexta-feira, 01 Dezembro de 2017 - 13:20 | da Redação


Vencedora do prêmio Educador Nota 10 e marido cacique são atacados a tiros em Cacoal
Caminhão carregado com madeira foi visto na terra indígena (Foto: Anderson Suruí)

O líder de uma aldeia Paiter Suruí, Naraymi Suruí, e a esposa, a professora Elisângela Dell-Armelina Suruí, vencedora do prêmio Educador Nota 10 deste ano, foram alvos de uma tentativa de homicídio nesta semana em Cacoal. Dois homens atiraram pelo menos três vezes contra o casal na noite de quarta-feira (29). O líder acredita que os criminosos sejam madeireiros que foram expulsos das áreas indígenas pela tribo.

Anderson Suruí, diretor e comunicação da Cooperativa de Produção e Desenvolvimento do Povo Indígena Paiter Suruí (Coopaiter) conta que o cacique foi à cidade de Cacoal para despachar uma carga de castanha. “Quando eles estavam retornando para a aldeia, na Rodovia do Café, dois homens atiraram três vezes contra o cacique e a esposa dele e fugiram. Os tiros não atingiram os dois. Na quinta-feira, eles foram até Ji-Paraná, para registrar a ocorrência na Polícia Federal”, disse Anderson ao Rondoniagora, por telefone.

Ainda conforme o diretor de comunicação da cooperativa, a aldeia fica localizada na Linha 12. Ele afirma que o ataque deve ter sido feito por madeireiros que estão invadindo a região e fazendo ameaças aos indígenas. “A gente acredita que foi uma espécie de vingança, de retaliação, porque os madeireiros foram expulsos das nossas terras. Eles discutiram e foram ameaçados ainda dentro da reserva”, afirmou Anderson Suruí.

Cooperativa
Anderson Suruí disse que a etnia está se organizando em uma cooperativa para evitar que as terras indígenas sejam invadidas e também para que produzam de forma sustentável, além de evitar garimpo e extração de madeira ilegal.

“Vários caciques que estão atuando fortemente na constituição da Coopaiter estão sendo vítimas de ameaças, inclusive pelos garimpeiros e madeireiros, que reconhecemos como grupos de criminosos que querem aproveitar, sob a má-fé, os recursos naturais do nosso povo”, disse por meio de nota.



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