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Política

Acir “acha” receita de R$ 25,6 bi no Orçamento da União para engordar emendas

Quarta-feira, 12 Outubro de 2011 - 22:13 | Chico Bruno


O jornalista Chico Bruno faz análise sobre o “achado” do senador rondoniense Acir Gurgacz (PDT) para engordar as emendas dos parlamentares no Congresso. Veja a análise na íntegra:



A esperteza

O achismo de Gurgacz

Cristiane Jungblut informa, na edição desta quarta-feira (12) de O GLOBO, que o relator de Receitas do Orçamento da União de 2012, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), achou “uma receita extra de R$25,6 bilhões para a União no ano que vem, em relação à previsão de arrecadação do governo na proposta orçamentária de 2012, enviada ao Congresso em agosto”.

Na verdade, Acir, empresário do ramo de transporte rodoviário e urbano, comunicações e educacional, que ocupa a vaga do senador cassado Expedito Junior, criou uma receita fictícia apenas “para atender a demandas dos parlamentares e bancar despesas que foram excluídas da proposta orçamentária do governo”.

Gurgacz que responde a mais de 200 processos na Justiça, ao tomar posse em novembro de 2009, desdenhou:

- Minhas empresas têm mais de dez mil empregados. Normal haver demandas judiciais - observou, acrescentando: - É razoável até 200 processos num universo de dez mil funcionários.

O “achismo” de Acir é compreensível.

Três membros da família de Acir foram condenados em outubro de 2009 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por fraude contra o governo federal e desvio de R$ 1,6 milhão destinado a um projeto de inclusão digital no Paraná.

Isso demonstra que engordar receitas é da índole do clã Gurgacz.

O senador, cujo pai, Assis, é o seu primeiro suplente, o que, aliás, é comum em Rondônia, haja vista que o suplente do senador Ivo Cassol também é o pai, projeta que “só a arrecadação direta de impostos será R$13,44 bilhões a mais do que a estimada pelo governo”.

Para completar a ficção dos R$ 25,6 bilhões de receita extra, viriam R$ 7,8 bilhões de arrecadação do sistema previdenciário e R$ 4,4 bilhões de outras receitas do governo.

Ao finalizar a matéria, Cristiane relembra que “na prática, o senador manteve a tradição da CMO de elevar, em média em R$20 bilhões, as estimativas oficiais. Para isso, ele fez alterações importantes nos chamados parâmetros econômicos enviados pelo governo. A principal delas foi à mudança na taxa de inflação: que aumentou de 4,8% para 6%”.

Essa é a fórmula encontrada pelos parlamentares, desde os tempos de João Alves, para engordar a praga das emendas.
http://www.chicobruno.com.br/
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