Política
Audiência pública discute regularização fundiária no bairro Aparecida
Sexta-feira, 19 Agosto de 2016 - 09:30 | Da redação

Iniciando as discussões, Aélcio da TV passou a palavra a Renan Maldonado, advogado dos moradores do Bairro Aparecida, que segundo ele, é formado por mais de 700 famílias. Ele explicou a situação da comunidade e ressaltou que existem diferentes situações no bairro.
Uma delas, citou, é referente ao Lote 1, onde moram 600 famílias. Explicou que a área possui apenas licença de ocupação, e que o lote não possui matrícula ou registro de imóvel. Para a regularização as famílias estariam aguardando o georeferenciamento do lote. Maldonado apresentou um panorama da situação dos demais lotes dos bairros, os quais informou estarem envolvidos em processos e andamentos judiciais.
O vereador Edwilson Negreiros, disse que a Prefeitura de Porto Velho vem apoiando e se esforçando para ajudar os moradores que sonham em ter suas moradias regularizadas. No entanto, disse que a proprietária da área que passa por processo de reintegração de posse, é difícil de negociação.
Negreiros disse que o governo do Estado poderá ajudar e sugeriu ao deputado Aélcio da TV, a realização de uma audiência pública e afirmou confiar que o governador Confúcio Moura (PMDB) não hesitaria em abrir espaço para debater o assunto.
Alberto Olímpio da Silva, vice-presidente da Associação dos Moradores do Bairro Aparecida questionou quais recursos de fato poderão solucionar a situação das famílias.
Moradores relataram as dificuldades enfrentadas para manterem suas casas em bairros localizados em terras que estão em processo de reintegração de posse. Com liminares expedidas para a desocupação da área, os moradores alegam que a Justiça deveria analisar a questão do usucapião para famílias que já residem nas localidades há mais de 30 anos.
O Coordenador de Gestão Patrimonial do Estado, Antônio Fortunato, representando a Suder, explicou os aspectos utilizados pelo Estado em relação à regularização de áreas de propriedade do município, do Estado e União.
Segundo ele, quando não há, por parte das três esferas, qualquer interesse pelas terras, a gestão patrimonial passa a trabalhar com a regularização.
Referente a áreas particulares, o coordenador disse que existem inúmeras celeumas a serem enfrentadas e que a coordenadoria tem vários planos de trabalho para agilizar a legalização dos processos de regularização.
Questões referentes a ações de desapropriação acordo com proprietários, levantamento e avaliação de valores são alguns dos aspectos que ele chamou de trabalhosos e demandam muito tempo. Fortunato explicou que apenas áreas sem imbróglio judicial podem ser regularizadas.
O coordenador citou a situação do Bairro Universitário que conseguiu sua regularização graças à ajuda das emendas parlamentares da Assembleia Legislativa.
O defensor público, Guilherme Ornelas, informou que diante de novas especificações legais se tornou obrigatória a presença da Defensoria Pública no andamento dos processos de regularização fundiária.
Disse que o órgão está a disposição das famílias. Ornelas ressaltou a necessidade de se criar uma vara específica para tratar das desapropriações, com juízes especializados para acorda as negociações de forma harmoniosa para todas as partes interessadas.
Ele destacou a importância da audiência pública, que em sua opinião, dá um caráter dinâmico ao tema. O defensor sugeriu a realização de uma segunda audiência com a presença de entidades que podem colaborar e a apresentar parâmetros de negociações.
Ao final da audiência, Aélcio da TV disse acreditar que a união da Assembleia, Prefeitura e Estado a negociação é a melhor forma de se chegar a um denominador comum. Segundo o parlamentar, a união de forças entre os poderes pode resultar em compromissos para o avanço da concretização da regularização fundiária em Porto Velho.
No termo de compromisso assinado, após a audiência, ficou firmada a criação de uma comissão para tratar do assunto, o agendamento de uma audiência com o governador Confúcio Moura, a Suder, através da Coordenadoria de Gestão Patrimonial deverá fornecer o valor da área a ser regularizada e o vereador Edwilson Negreiros irá agendar uma audiência com o chefe do Poder Executivo Municipal, Mauro Nazif.
O deputado Léo Moraes (PTB), foi o proponente da audiência pública