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Política

Cassol cobra ações efetivas do INCRA em Rondônia

Quinta-feira, 26 Maio de 2011 - 12:00 | Senado


Durante audiência pública com o ministro do Desenvolvimento e Reforma Agrária, Afonso Florence, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, na manhã desta quinta-feira, o senador Ivo Cassol cobrou ações efetivas do órgão no estado de Rondônia.”Faltam técnicos, faltam iniciativas e falta serviço”, disse Cassol ao ministro.



Cassol fez um breve relato da triste situação dos assentados no estado, que em muitos casos não têm estradas, energia elétrica, escola para os filhos, crédito para financiar a produção, enfim, nada que incentive a tentar produzir alguma coisa, “ainda mais enfiado no meio do mato sem nenhuma infra-estrutura”, afirmou, dizendo que Rondônia foi o berço da reforma agrária nos anos 70 e 80, quando o Incra funcionava de verdade, mas que agora é um repartição pública para abrigar partidários e praticamente nada faz para quem realmente precisa: os sem terras que dependem de um lote para viver.

O senador sugeriu também que o Incra passe a assentar agricultores em lotes próximos aos centros urbanos em lotes menores, e lhes dê condições de produzir hortifrutigranjeiros para abastecer as cidades, e não os deixem abandonados no meio da floresta em condições sub-humanas, como acontece em Rondônia e nos estados da Amazônia atualmente. “Ao invés de dar um lote grande no meio do mato, que se priorize pequenas propriedades, de no máximo 5 hectares, para plantio de frutas e verduras que abastecerão as cidades próximas”, sugeriu Cassol ao ministro.

A proposta foi bem recebida e segundo Afonso Florence será estudada pelos técnicos do órgão, mas o ministro adiantou que praticamente não existem áreas propícias à reforma agrária próximas às cidades, e quando existem custam muito caro. Cassol rebateu que o Incra precisa levar em conta o custo benefício da desapropriação, pois de nada adianta dar uma terra no meio do nada para o agricultor, que ainda corre o risco de ser multado pelo Ibama por desmatamento, sabendo que em menos de um ano ele vai abandonar tudo e voltar para a cidade sem qualquer estrutura financeira, invadindo terrenos ou morando em favelas em condições sub-humanas.” Basta comparar os assentamentos antigos e o modelo atual para ver que não funciona do jeito que está”, disse Cassol exemplificando seu sogro, que mora e produz no mesmo lote recebido do Incra há mais de 30 anos, em Colorado D’Oeste.

Finalizando, Cassol sugeriu também que o órgão trabalhe em conjunto com governos estaduais e prefeituras, pois a realidade dos assentados é diferente em cada região. “Não adianta decidir onde assentar um agricultor numa sala com ar condicionado, tem que conhecer a realidade da região e as necessidades de quem vai receber um lote para que possa ser produtivo”, afirmou Cassol.
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