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Política

Comissão de Meio Ambiente faz audiência pública sobre projeto de Expedito Júnior

Terça-feira, 08 Setembro de 2009 - 16:16 | RONDONIAGORA


Com a finalidade de instruir a votação do projeto que cria uma nova Política Nacional de Integração Lavoura/Pecuária/Floresta, a Comissão de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA) realizou hoje uma audiência pública com representantes do governo, da CNA, da ONG WWF e de associações de produtores.



A intenção foi discutir o PLS nº 260/2007, de autoria do Senador Expedito Júnior (PR/RO), que tem como objetivo elevar, de forma sustentável, a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias através da aplicação de sistemas mistos de exploração de lavoura e pecuária em áreas já desmatadas.

Além disso, o projeto prevê o estímulo ao desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas voltadas à definição de sistemas de produção que integrem, ecológica e economicamente, a pecuária à lavoura e à silvicultura. “Vimos que é possível a prática da pecuária sem o desmatamento. Rondônia é um dos maiores produtores de carne do país. E queremos mostrar que poderemos também integrar o gado à lavoura sem desmatar”, destacou o senador.

Durante os debates, os agricultores reivindicaram mais crédito rural e financiamento para projetos, bem como programas de educação e treinamento para produtores rurais nas novas tecnologias em questão.

O representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Manoel Caixeta Haum, disse que a confederação aprova o programa de integração lavoura/pecuária, porque representa uma alternativa de renda para o produtor. Segundo Haum, o projeto precisa ser implantado em etapas e dentro de um prazo alongado, incluindo diretrizes de educação ou treinamento, para que produtores e seus empregados entendam as vantagens da adoção do programa.

Brent Millikan, da World Wildlife Fund (WWF), disse que a organização realizou um seminário sobre o assunto que incluiu o exame de fazendas modelo de gado que obtiveram redução de desmatamento e da emissão de gases estufa, apesar do aumento de produção e de produtividade.
Para o representante da WWF, existe plena compatibilidade entre rentabilidade financeira e respeito às regras de preservação da floresta e do meio ambiente, pois as fazendas modelo apresentam lucro líquido entre 40 a 45% maior do que as fazendas convencionais. Brent Millikan disse que o Brasil está no limiar de um novo patamar de boas práticas de produção, se houver apoio de incentivos fiscais e creditícios e programas de educação e treinamento para produtores rurais.

Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura e hoje representando o Grupo Campo, disse que desenvolver os projetos de integração lavoura/pecuária com tecnologia moderna é possível e rentável, “desde que haja dinheiro farto e sem burocracia”. Para o ex-ministro, se o Senado estiver interessado em disseminar novas tecnologias de integração lavoura/pecuária será preciso garantir mais financiamento e crédito rural, uma vez que “as atuais políticas públicas não estão funcionando adequadamente”.

Paulinelli lembrou ser um produtor rural em Minas Gerais que, há dez anos, pratica essa integração, tendo recuperado boa parte das pastagens degradadas que havia na propriedade que comprou, na região próxima do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Ele reconheceu que a atividade pecuária exaure o solo e somente com uma tecnologia de manejo, integração lavoura/pecuária e muita água é possível se ter sucesso.
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