GOVERNADOR QUALIFICA DENÚNCIAS DE HERMÍNIO DE "PRATO REQUENTADO" E COLOCA SIGILO SEU E DA ESPOSA À DISPOSIÇÃO, MAS DIZ QUE CUNHADO E IRMÃS RESPONDEM POR SEUS CPFs

Em pronunciamento em frente ao Ministério Público de Rondônia na manhã deste domingo, 25, o governador Confúcio Moura (PMDB) qualificou as denúncias apresentadas pelo presidente da Assembleia Legislativa, Hermínio Coelho (PSD), de “prato requentado”, denúncias já apuradas pela Polícia Federal na Operação Termópilas. O chefe do Executivo colocou seu sigilo fiscal, bancário e telefônico a disposição do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Um documento teria sido protocolado e assinado por ele e sua esposa, Maria Alice. A coletiva convocada na tarde de sábado, logo após as denúncias de Hermínio, transformou-se em ato político de secretários de Estado, assessores de segundo escalão e até empresários “amigos” do Governo em apoio as declarações de Confúcio Moura.

Além de tentar desqualificar a denúncia e, por conseguinte, a CPI que deverá ser criada pelo Poder Legislativo, Confúcio Moura também pôs em dúvida a conduta política de Hermínio Coelho ao coloca-lo no mesmo patamar do ex-presidente da Casa, Valter Araújo (PTB), foragido da Justiça há quase 1 ano. “Duvido do critério que se encontra na presidência da Assembleia Legislativa em conluio com o ex-presidente Valter Araújo, foragido da Justiça. Ele (Hermínio) está interessado em ser governador no tapetão, mas para isso teria que tornar nulo toda minha votação. Fui eleito legitimamente pelo povo de Rondônia”, disse Confúcio Moura. O governador também atribui a grupos de oposição esse posicionamento extremo do presidente da Casa. “O deputado está tendo apoio e instigação de grupos de oposição interessados em desestabilizar o meu Governo que está no rumo certo. Esses grupos vem trabalhando para poluir a opinião pública de Rondônia por motivos de já longe já foram estudados e investigados”, explicou.

Cunhado e irmãs tem seus CPFs

Usando um bordão famoso do ex-governador e senador Ivo Cassol (PP), o governador Confúcio Moura explicou que suas irmãs (Cláudia e Cira Moura) e seu cunhado, Francisco de Assis, têm seus CPFs e respondem por seus atos ao responder a pergunta do RONDONIAGORA sobre um cheque de R$ 150 mil pagos por Assis a Imobiliária Social Imóveis. “Esses respondem por si, cada qual tem seu CPF e a polícia tem que investigar tranquilamente, convocar audiência pública, mas não posso falar por eles”, ponderou.

Protocolo não existiu

O governador chegou em comitiva ao Ministério Público por volta das 10h30min. Entrou pelos fundos e depois do pronunciamento/coletiva- nas escadarias do Ministério Público-, entregou um documento a imprensa dizendo que já havia sido protocolado no MP. Mas na verdade, no domingo, nem o procurador-geral de Justiça, Heverton Alves Aguiar, estava no prédio, muito menos o pessoal do protocolo do órgão.