Política
Insatisfeitos com “limpeza” na AROM, grupo de prefeitos tenta motim para tirar mandato de Hildon Chaves
Segunda-feira, 31 Março de 2025 - 09:18 | Redação

Um grupo de 12 prefeitos de pequenas cidades do interior está articulando um golpe contra a Associação Rondoniense de Municípios (AROM) para destituir a atual diretoria e lançar o nome do prefeito do Vale do Paraíso, Charles Luis Gomes, como futuro presidente da entidade. Um edital publicado em edição extraordinária do Diário Oficial dos Municípios foi lançado na página da Procuradoria Geral do Município de Porto Velho, convocando os prefeitos para uma assembleia extraordinária no próximo dia 3 de abril para, entre outras pautas, “destituir o presidente do Conselho da AROM”. Os motivos: omissão de prestação de contas e descumprimento de obrigações institucionais.
Na prática, os gestores liderados por Charles Gomes com apoio de pelo menos dois deputados estaduais, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, e até pessoas ligadas ao governador Marcos Rocha, querem tirar a presidência do ex-prefeito Hildon Chaves, eleito com 97% dos votos da entidade, e com mandato até 2026, tudo feito dentro da legalidade como determina o Estatuto da AROM. Veja a matéria da época: (https://arom.org.br/prefeitos-e-prefeitas-de-rondonia-elegem-hildon-chaves-presidente-da-arom-com-97-dos-votos/). A estratégia faz parte da campanha difamatória iniciada em portais de humor e redes sociais para derreter o capital político do ex-prefeito Hildon Chaves para não dar chances a ele de disputar em pé de igualdade o Senado ou Governo em 2026.
As digitais de Léo Moraes e o crime de improbidade
A Secretaria Geral de Governo (SGG) da Prefeitura de Porto Velho utilizou espaço no Diário Oficial dos Municípios através da Procuradoria Geral do Município (PGM), que nada tem a ver com a AROM, para divulgar a convocação da assembleia extraordinária para destituir Hildon Chaves. O mais grave é o local indicado para a realização da reunião: o escritório do advogado Nelson Canedo, responsável pelo jurídico da campanha do prefeito Léo Moraes, e hoje advogado pessoal do prefeito de Porto Velho. Segundo juristas ouvidos pelo jornal, ao fazer esse chamamento utilizado um espaço dedicado a Prefeitura de Porto Velho e usar servidores para fazê-lo, Léo e os responsáveis pela publicação podem responder por crime de improbidade administrativa.
Assembleia convocada ilegalmente por prefeituras inadimplentes
Além da ilegalidade do edital, que atenta contra a própria instituição AROM, o texto não diz a verdade. Logo no início, a publicação diz: “... os prefeitos signatários do presente instrumento, na qualidade de associados adimplentes...”. Na verdade, menos da metade dos 12 prefeitos que assinaram o edital convocando a assembleia extraordinária estão com suas mensalidades em dia com a Associação Rondoniense de Municípios. Nem mesmo o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, que determinou que a SGG não repasse mais recursos devidos desde o mês de janeiro deste ano, quando assumiu o poder no Prédio do Relógio.
Assinam o documento golpista os prefeitos Cleone Lima Ribeiro, Vale do Anari;
Idiznei Castro Martins – Prefeito de Itapuã do Oeste;
Charles Luis Pinheiro Gomes – Prefeito de Vale do Paraíso;
Éder da Silva – Prefeito de Rio Crespo;
Gilmar Tomaz de Souza – Prefeito de Governador Jorge Teixeira;
Gilliard dos Santos Gomes – Prefeito de Theobroma;
João José de Oliveira – Prefeito de Nova União;
Ezequiel Saldanha – Prefeito de Urupá;
Jair Luiz – Prefeito de Alvorada do Oeste;
Cícero Godoi – Prefeito de Castanheiras;
Lucas Pereira – Prefeito de Primavera de Rondônia;
Hildon Chaves marcou assembleia para terça-feira para prestar contas
O presidente da AROM, Hildon Chaves, diferente da trama golpista liderada por Charles Gomes, já havia convocado assembleia geral, como determina o estatuto, para a próxima terça-feira, dia 1 de abril, para reunir os prefeitos e apresentar as contas da entidade. Hildon assumiu o cargo em maio de 2023 e menos de um ano já quer apresentar as despesas, receitas e contratos firmados pela gestão.
As articulações contra o presidente começaram quando ele decidiu exonerar pelo menos 10 pessoas da entidade, ligadas a políticos e até empresários de Porto Velho que prestaram favores a prefeitos do interior em troca de cargos para suas namoradas. A AROM está pagando várias ações trabalhistas e indenizações na Justiça fruto de administrações temerárias, como do prefeito Charles Gomes, que foi contratado diretor, mesmo o Ministério Público recomendando o contrário. Só uma das ações trabalhistas chega a R$ 40 mil por mês e só acaba em julho deste ano. A pessoa era ligada a um prefeito de Ouro Preto do Oeste, que conseguiu provar o dano emocional causado pelo ex-presidente Célio Lang, que também participa hoje da trama golpista.