Política
Jaime Bagattoli defende a suspensão temporária da privatização da BR-364 e realização de audiência pública com os municípios
Parlamentar detalhou prejuízos futuros para o setor produtivo e ao consumidor final
Terça-feira, 25 Março de 2025 - 15:55 | da Assessoria

A Comissão de Infraestrutura do Senado realizou, nesta terça-feira (25), uma audiência pública para debater a concessão da BR-364 em Rondônia. O ato reuniu parlamentares do estado, entidades do setor produtivo, como a Aprosoja Rondônia, além de integrantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Um dos pontos altos da audiência foram as intervenções do senador Jaime Bagattoli (PL), um dos parlamentares mais contrários ao atual projeto de privatização da rodovia. Na sua fala, direcionada ao diretor-geral em exercício da ANTT, Guilherme Sampaio, Bagattoli desmentiu, por exemplo, a afirmação de que a população havia sido consultada sobre a construção do processo.
“Eu lutei contra a privatização desde o início e afirmo que não foi feita audiência pública em Rondônia. Foi convocada uma audiência pública para vocês (ANTT) comunicarem o que ia acontecer. Não existiu audiência, não teve direito de resposta do povo”, lembrou o senador.
Em outro ponto, Bagattoli lembrou que as melhorias previstas no contrato são insuficientes diante do tempo de concessão e da quantidade de pedágios que a empresa vencedora pretende cobrar ao longo dos quase 700 quilômetros concedidos.
“Que investimento? Nós engolirmos, de goela abaixo, 190 quilômetros de terceira faixa e 107 quilômetros de pista duplicada em 30 anos? Isso nós não podemos aceitar. O custo final ficará com o consumidor final”, acrescentou.
Em outro ponto, Bagattoli citou dados recentes do setor produtivo e de transportes para mostrar o impacto que o modelo de concessão terá, por exemplo, no escoamento de cargas dentro do estado.
“Isso que vocês fizeram com a privatização vai custar mais 40% do que o caminhão gasta de combustível entre Porto Velho e Vilhena, mas agora na forma de pedágio. A conta não fecha. E outra coisa, não existe carga retorno partindo de Porto Velho, como acontece em rodovias privatizadas em São Paulo. A grande maioria dos caminhões voltam sem carga, ou seja, o motorista terá que pagar novamente os vários pedágios, mas desta vez sem margem de lucro. Tudo isso tinha que ter sido ouvido e discutido antes de falar em privatização da BR-364”, detalhou o senador.
Por fim, Bagattoli defendeu a realização urgente de uma audiência pública com os municípios de Rondônia e a suspensão temporária do projeto de privatização para que os municípios discutam os impactos da concessão.
“Nós temos que fazer audiências em Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena. Nós temos que lutar o máximo possível para que, pelo menos, cancelemos temporariamente (a concessão) para se fazer um estudo sobre a BR-364”, concluiu o senador.