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Política

Obras de Jirau utilizam material e mão de obra de outros estados, denuncia Cassol

Terça-feira, 03 Março de 2009 - 09:55 | Decom


O governador Ivo Cassol foi informado de que a madeira que está sendo utilizada para construir a vila dos trabalhadores da usina de Jirau, no distrito de Jaci-Paraná, às margens da BR-364 a cerca de 120 quilômetros da capital em direção ao Acre, veio do estado de Minas Gerais, quando poderia perfeitamente ter sido adquirida das madeireiras de Rondônia, gerando empregos e impostos no estado, além de utilizar mão de obra oriunda de outros estados, ao invés de treinar trabalhadores daqui.



O governador cobrou dos responsáveis pela obra que eles deveriam ter se antecipado e treinado mão de obra local, que seria mais barato e geraria empregos na região, uma das mais carentes do estado. “Pode até ser legal, mas não é justo com nossa gente. Nós temos milhares de pessoas que precisam trabalhar e tem capacidade para fazer o serviço, mas a empresa preferiu trazer mão de obra de fora. Isso precisa mudar urgentemente”, disse Cassol aos engenheiros.

Interpelado pelo governador, o coordenador de planejamento da B.S., Arcézio Lara, confirmou que a maioria dos funcionários são mesmo oriundos do Mato Grosso, foram trazidos por que já conhecem os métodos de construção dos barracões metálicos e tal prática facilita e agiliza a obra. Segundo ele, o atraso do início das obras, em virtude da falta de licenciamento por parte do IBAMA, além do período das chuvas, obrigou a empresa a trazer funcionários treinados da matriz, pois ensinar novos empregados na obra despenderia muito tempo.

O governador cobrou dos responsáveis pela obra que eles deveriam ter se antecipado e treinado mão de obra local, que seria mais barato e geraria empregos na região, uma das mais carentes do estado. “Pode até ser legal, mas não é justo com nossa gente. Nós temos milhares de pessoas que precisam trabalhar e tem capacidade para fazer o serviço, mas a empresa preferiu trazer mão de obra de fora. Isso precisa mudar urgentemente”, disse Cassol aos engenheiros.

Madeira de Minas Gerais na usina de Jirau

Mas o momento maior de indignação do governador ocorreu quando confirmou que a madeira que está sendo usada para erguer os escritórios e barracões do canteiro de obras não é de Rondônia, e sim comprada e trazida do estado de Minas Gerais. “Isso é inadmissível, vocês estão comprando uma madeira de baixa qualidade, pagando um absurdo de frete e o pior, deixando de gerar empregos e impostos no nosso estado”, disse aos engenheiros da Camargo Correia, já no canteiro de obras da usina, às margens do rio Madeira.

Luís Antonio Castro, gerente da obra, e Fúvio Giada, gerente da empresa, confirmaram que foi trazido de Minas Gerais um lote de madeiras aparelhadas, que não são fabricadas em Rondônia, para a construção dos escritórios e alojamentos. “Tínhamos urgência para levantar estes blocos, e nenhuma empresa de Rondônia fabrica este tipo de kit, que é bem mais rápido para construir, por isso optamos por trazer de Minas, e aproveitamos para comprar um lote fechado, com as portas, batentes, ripas e caibros”, explicaram.

O governador lembrou aos engenheiros que ele próprio já foi madeireiro, mecânico e que, além de governador, é empresário construtor de usinas hidroelétricas, por isso sabe o que está falando. Disse ainda que Rondônia é um dos principais produtores de madeira do país, e as madeireiras locais tem capacidade de produzir qualquer tipo de madeira usada em construção, gerando empregos e impostos. “Além de comprar de outro estado ainda usaram madeira de baixa qualidade, nossas madeireiras produzem artigos muito superiores a isto que vocês compraram, e com certeza por preços e condições bem melhores”, disparou.

Com o comprometimento dos responsáveis pela construção da usina e da vila dos operários de que será dada preferência para os produtos e mão de obra locais, Cassol encerrou a visita convidando os engenheiros e diretores das empresas a conhecerem o canteiro de obras do Centro Político Administrativo – C.P.A., que está sendo erguido na capital, e utiliza toda a madeira e mão de obra local, com exceção do ferro e do cimento. “Nós estamos dando o exemplo, valorizando os produtos e a mão de obra do estado e gerando riqueza para quem trabalha aqui. Isso é o mínimo que esperamos das empresas que vem de fora para crescer com Rondônia, e disso eu não abro mão”, finalizou.
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